"Desenvolvimento de Timor Leste em uma década é inacreditável, diz historiador"
>> 20090829
Geoffrey Robinson estuda conflitos durante independência em 1999.
Segundo ele, país parece vivido 'mais de dez anos em uma década'.
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Cartaz comemorativo colocado em Dili mostra os timorenses no dia do referendo da independência do país (Foto: AFP)
"Falta de abastecimento de água e eletricidade, internet lenta, comida sob suspeita, os relatos da vida cotidiana falam de total falta de insfraestrutura e estabilidade em Timor Leste, que celebra neste domingo (30) os dez anos do referendo em que foi definida sua independência. Mas a situação não deve ser vista de forma negativa e é até encorajadora, segundo o historiador americano Geoffrey Robinson, que estuda os movimentos que levaram à independência e os confrontos gerados pelo referendo em 1999 e visita o país ao menos uma vez por ano desde então. Segundo ele, tanta coisa aconteceu e se desenvolveu desde o referendo que “é como se mais de dez anos tivessem se passado para Timor Leste”.
Ex-colônia de Portugal, o país havia sido invadido pela Indonésia e se tornou independente após a consulta popular de 1999. Após a divulgação dos resultados e a vitória da opção pela independência com quase 80% dos votos, guerrilheiros que apoiavam a manutenção do controle indonésio iniciaram confrontos que mataram mais de mil pessoas e destruíram escolas e sistemas de saneamento de Timor Leste. Desde então o país vive sob observação de missões internacionais da ONU, com apoio de militares brasileiros.
Para Robinson, que é autor de um livro sobre os confrontos de 1999 que deve ser lançado este anos nos EUA, é importante sempre levar em consideração a perspectiva histórica na hora de avaliar a situação atual de Timor Leste. “Há dez anos, tudo foi destruído. É inacreditável como tudo está funcionando atualmente. Se pensarmos em como o país estava do ponto de vista estrutural, moral e político, a mudança em dez anos é muito encorajadora, de deixar otimista” , disse.
A estrutura do país saiu do zero, explicou, e o pouco que existe hoje é muito relevante. “Não havia nada lá em 1999, e, por mais problemas que existam atualmente, é um desenvolvimento impressionante para dez anos”, contou, em entrevista ao G1 apenas um mês depois de voltar da última viagem que fez à ex-colônia portuguesa e indonésia, onde passou férias com a família. “Foi muito emocionante, pois dez anos atrás era impossível imaginar que alguém passaria ferias lá. E é um lugar muito bonito, completamente seguro.”
Outro ponto que ele descreve como impressionante é que as crianças timorenses estão nas escolas, muitas reconstruídas após a destruição de 1999. Nos primeiros anos do país, ou as crianças não iam às escolas, ou tinham aulas em estruturas precárias. Agora era possível ver crianças indo à escola em todo o país, e havia escolas novas espalhadas por vários lugares. O governo deu uma prioridade grande para a educação, o que é importante.” [...]"
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