Dinheiro do petróleo é para investir no povo e diversificar economia - PM Xanana Gusmão

>> 20120624
















Xanana Gusmão, líder do Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), partido maioritário no atual Governo de coligação, durante uma ação de campanha para as eleições legislativas de 07 de julho, em Díli, Timor-Leste, 22 de junho de 2012. Xanana Gusmão recandidata-se ao segundo mandato de primeiro-ministro. ANTONIO AMARAL / LUSA

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse em entrevista à agência Lusa que o dinheiro do petróleo deve ser investido no povo para diversificar a economia e minimizar a dependência daquele recurso.
"Agora não o podemos evitar e ninguém me pode dizer que não devemos. Hoje devemos. O povo sofreu para defender esta riqueza. Se somos ricos e temos esse dinheiro, esse dinheiro deve ser investido no povo", afirmou Xanana Gusmão.
O atual primeiro-ministro, que se recandidata ao cargo nas legislativas de 07 de julho, é líder do Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), partido maioritário no atual Governo de coligação.
"Claro que temos de preservar (o fundo petrolífero), mas a política de diversificação vai garantir que o fundo vai permanecer. É nisto tudo que joga a nossa estratégia de dar um passo em frente para o desenvolvimento do país", acrescentou.
O Fundo Petrolífero de Timor-Leste tinha em abril passado o valor de cerca de 10 mil milhões de dólares (7,9 mil milhões de euros).
O Governo de Xanana Gusmão tem sido criticado por estar a construir uma economia dependente do dinheiro do petróleo.
"Quando falamos da dependência do petróleo é mais na orçamentação ainda não falamos da economia, porque ainda nem sequer é emergente ou embrionária", disse o primeiro-ministro timorense.
Para Xanana Gusmão, as questões às vezes são "mal colocadas", admitindo porém que há essencialmente uma dependência do dinheiro proveniente do petróleo para a construção de infraestruturas.
"Depois, passado isso (a construção de infraestruturas), eles (população) têm de começar a aproveitar essas oportunidades em todas as áreas da economia. Aqui é que já não vamos necessitar tanto do fundo do petróleo para sustentar os nossos orçamentos", afirmou, salientando que há outros recursos naturais em Timor-Leste.
Questionado pela Lusa sobre a forma de criar uma economia não dependente do fundo petrolífero, o primeiro-ministro explicou que passa por estabelecer bancos de desenvolvimento em todos os distritos do país.
"O que é necessário é estabelecer o banco de desenvolvimento em todos os distritos (...) Nós não pretendemos criar bancos para engradecer ou enriquecer os bancos. Nos primeiros anos queremos criar bancos para ajudar a incentivar as pequenas, médias e grandes empresas", explicou.
Segundo Xanana Gusmão, é preciso fixar uma política de concessão de créditos que não seja para enriquecer os bancos.
"Nós temos dinheiro. A gestão do dinheiro de forma diversificada vai gerar mais dinheiro. Isso chega. O dinheiro que vamos dar é fundamental para virarmos esta dependência do petróleo", disse.
Às eleições de 07 de julho concorrem 21 partidos e coligações, que vão disputar os 65 lugares no parlamento timorense. A campanha termina a 04 de julho.

MSE.
Lusa/Fim
22 de Junho de 2012, 17:46

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No Público | Relatório das Nações Unidas sustenta que benefícios não estão a chegar àqueles que mais precisam

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Timor-Leste cria Rede de Bibliotecas Escolares

>> 20120622

                                           Timor cria Rede de Bibliotecas Escolares
«A formação de bons cidadãos para o futuro passará necessariamente pelos bons hábitos de leitura que se fomentem nas crianças e jovens». Esta é uma das ideias motoras do diploma recentemente aprovado pelo governo de Timor Leste que cria a Rede de Bibliotecas Escolares no país. 

O projecto visa criar bibliotecas em todos os estabelecimentos públicos de ensino da rede escolar de Timor Leste tutelada pelo Ministério da Educação timorense, num programa que deverá obedecer a «critérios pedagógicos e técnico-documentais adequados a este tipo de equipamentos educativos e culturais», refere o diploma. 

O programa agora aprovado cobre todo o território de Timor-Leste e prevê uma implementação «faseada e gradual, de modo a garantir a sua sustentabilidade».

Nesse sentido, será criada uma «Equipa de Implementação do Programa da Rede de Bibliotecas Escolares», na dependência directa do Ministro da Educação de Timor Leste, que será responsável pela implementação e coordenação do programa ao longo de toda a rede escolar. 

Em concreto, cada biblioteca escolar terá um prazo de 3 anos «para a realização do programa de instalação e pleno funcionamento». E na sua missão estão já previstos objectivos associados às tecnologias de informação. As bibliotecas escolares da nova rede de Timor Leste deverão cumprir a finalidade de «promover a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação» 

Para obedecer aos requisitos técnicos impostos pelo programa, cada biblioteca terá de ter uma política de desenvolvimento e gestão da colecção documental e manter a informatização de catálogos bibliográficos e dos serviços da biblioteca, entre muitos outros aspectos.


DAQUI

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Próximos cinco anos são para construir infraestruturas, diz o primeiro-ministro timorense Xanana Gusmão


                               

 Xanana-Gusmão, primeiro-ministro de Timor-Leste

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, que se recandidata ao cargo nas legislativas de 7 de julho, disse em entrevista  à agência Lusa que o próximo mandato servirá para a construção de estradas,  ponte, portos e aeroportos. 


"O mandato que vem a seguir, se assegurarmos a vitória, vai ser de estradas,  pontes, portos e aeroportos", afirmou Xanana Gusmão. 
Segundo o primeiro-ministro timorense, presidente do Conselho Nacional  da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), que lidera a coligação governamental  no poder nos últimos cinco anos, o programa do partido vai continuar a apostar  no setor agropecuário e na industrialização da pesca e pecuária e no turismo.
Outro destaque no programa de governo do CNRT para os próximos cinco  anos é o Projeto Tasi Mane. 
"Ai somos inabaláveis", afirmou Xanana Gusmão. 
O Projeto Tasi Mane tem como principal objetivo desenvolver a costa  sul do país através da indústria petrolífera e inclui a construção de três  grupos industriais, que serão a espinha dorsal daquele setor empresarial  do país. 
Tasi Mane inclui a base de fornecimento do Suai, a refinaria de Betano  e um grupo de indústria petroquímica. 
Para concretizar o projeto, as autoridades timorenses precisam de chegar  a acordo com a empresa petrolífera australiana sobre a construção de um  gasoduto do Greater Sunrise para a costa sul timorense. 
A exploração do campo de gás Greater Sunrise, situado no Mar de Timor,  divide a petrolífera australiana Woodside e as autoridades de Timor-Leste.
Enquanto a empresa australiana defende a exploração numa plataforma  flutuante, Timor-Leste insiste em ter um gasoduto e uma fábrica de processamento  de gás natural na costa sul do país, com o objetivo de criar postos de trabalho  e desenvolver aquela região. 
"Não exigimos pressa para não tomarmos decisões de que depois nos viríamos  a arrepender. Queremos sentar-nos à mesa com os dados e não sentar-nos à  mesa apenas com a intenção e o desejo de trazermos o 'pipeline' para aqui.  Queremos sentar-nos na mesa com os dados concretos, cientificamente elaborados  de que isso se pode fazer", explicou Xanana Gusmão, em declarações anteriores  à agência Lusa. 
Numa mensagem para o dia 7 de julho, o primeiro-ministro disse que  a democracia pede consciência na escolha e uma cultura de paz e entendimento.


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Corrupção é tema na campanha eleitoral para as legislativas de Timor-Leste

>> 20120621


 Apoiantes do CNRT de Xanana Gusmão / EPA

A corrupção é tema na campanha eleitoral para  as legislativas de Timor-Leste, com oposição e membros do Governo a considerarem  que é preocupante e entidades responsáveis pelo seu combate a defenderem  que não é sistemática. 


Timor-Leste realiza legislativas a 07 de julho e os futuros Governo  e parlamento não vão poder pôr de lado o tema, até porque o país foi classificado  no Índice de Perceção da Corrupção de 2011 como de elevado risco. 
Em declarações à agência Lusa, o atual ministro dos Negócios Estrangeiros  e líder do Partido Social-Democrata (PSD), Zacarias da Costa, considerou  a corrupção como endémica no país. 
O Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), partido do  atual primeiro-ministro Xanana Gusmão, reconheceu recentemente suspeitas  de envolvimento de membros do Governo em atos de corrupção, admitindo que  o seu partido não será visado nas urnas. 
A oposição tem chamado a atenção para o tema, acusando o atual primeiro-ministro  de nada fazer para combater e fazer punir as pessoas. 
Apesar de nos últimos meses vários membros do Governo terem sido chamados  à Comissão Anticorrupção (CAC), entidade que combate o fenómeno no país,  apenas a ministra da Justiça, Lúcia Lobato, foi condenada a cinco anos de  prisão por participação económica em negócio. 
Em declarações à agência Lusa, o comissário-geral da CAC, Adérito Soares,  insistiu que a corrupção "não é sistemática". 
"Estamos numa altura muito oportuna para apresentar novos desafios aos  futuros governo e parlamento", afirmou, defendendo a necessidade de envolver  todos os atores timorenses para criar uma cultura de rejeição. 
Para Adérito Soares, é "muito importante mudar as mentalidades das pessoas".
"Os seres humanos não são anjos e a questão é como conseguimos construir  um bom sistema que previna e minimize. Queremos um Timor-Leste democrático  com uma forte cultura de rejeição da corrupção", disse. 
Para a juíza do Supremo Tribunal de Recurso, Natércia Pereira Gusmão,  o fenómeno engloba tudo, incluindo pessoas que não percebem que estão a  cometer um ato ilícito. 
"Tem de haver prevenção, formação e informação. Caso contrário, as pessoas  não percebem o que fazem", disse, salientando que há também as regras da  moralidade, que não devem ser esquecidas. 
O presidente da Comissão "C", Economia, Finanças e Anticorrupção, Manuel  Tilman, disse que ainda há uma mentalidade e um modelo de fazer negócios  indonésios. 
 "Na mentalidade indonésia e asiática o dar uma gorjeta depois de um  bom negócio não é corrupção. O problema é que não se distingue um negócio  público", afirmou. 
Para Manuel Tilman, é a pobreza dos timorenses que leva à corrupção.
 Lusa

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Mass grave found in grounds of Xanana Gusmao’s Dili office

                  Xanana Gusmao: (JP)

                                                       Xanana Gusmao: (JP)
Twenty four bodies were recovered on Wednesday from a mass grave that was accidentally found in the garden of the office of Timor Leste’s Prime Minister Xanana Gusmao in Dili last week by several construction workers.
The workers were digging the ground to construct pipes for the park’s new water fountain.
Timor Leste’s detective chief Calistro Gonzaga told Tempo on Wednesday that he believed more bodies would be found in the mass tomb. He added that his office would summon an anthropologist from Australia to help identify the bodies.
“We will try our best to identify all of the bodies as soon as possible. We will announce the names once all the victims are identified,” he said.
A number of technicians from Bantuan Tenaga Kerja Group, a water construction company, initially found 13 bodies that were buried in a 3 square-meter hole about 2 meters deep on Monday last week.
The country’s State Secretary for Veterans Affairs, Marito Reis, said separately that he had suspected the bodies were the victims of a massacre during the announcement of Timor Leste’s independence in 1999.
He also suspected that one of the bodies was the former Indonesian professional boxer, Thomas Americo, who had been missing since 1999.
A member of the forensic team who refused to be named told Tempo that the result of the identification process would be announced next week.
Timor Leste was an Indonesian province before becoming an independent state in 1999 through a United Nations-organized referendum.
The country will hold a parliamentary election on July 7. (asa)




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STAE recebe apoio das Nações Unidas para as Eleições Parlamentares de 2012

 
Na manhã de 19 de Junho de 2012, numa cerimónia que decorreu nas instalações do STAE, em Caicoli, Díli, o SRSG interino, Finn Reske-Nielsen, fez a entrega oficial de materiais alusivos para o processo eleitoral em curso, designadamente, posters, tinta indelével, t-shirts para observadores, e coletes para os oficiais de votação. Durante a cerimónia o SRSG interino, Finn Reske-Nielsen salientou o papel importante que o STAE tem vindo a desenvolver sob a liderança do seu Director-Geral, Tomás do Rosário Cabral, em prol da consolidação da democracia em Timor-Leste. Por sua vez o Director-Geral do STAE agradeceu o apoio que tem vindo a receber da UNMIT, acrescentando, ainda, que espera que a experiência eleitoral de Timor-Leste venha a ser um exemplo para outros países asiáticos.



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Timor-Leste: Representante da ONU destaca que campanha eleitoral está a decorrer sem incidentes

>> 20120619

            



O representante do secretário-geral da ONU para Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen, elogiou hoje partidos políticos e a polícia timorenses pela forma pacífica como está a decorrer a campanha eleitoral para as legislativas de 07 de julho.
“A campanha eleitoral está a correr bem e desde que começou não foi registado um único incidente. Este é um crédito para os partidos, líderes políticos e Polícia Nacional de Timor-Leste pela forma como está a planear as operações de segurança”, afirmou Finn Reske Nielsen.
A campanha eleitoral começou no passado dia 05 e termina a 04 de julho.
Candidataram-se às terceiras legislativas timorenses 21 partidos e coligações.
O também chefe da Missão Integrada da ONU para Timor-Leste falava durante a cerimónia de entrega de material eleitoral ao Secretariado Técnico de Apoio Eleitoral (STAE) timorense.
O STAE recebeu cinco mil unidades de tinta indelével, cartazes, t-shirts e coletes para os observadores nacionais e oficiais de votação.
O material foi doado com a contribuição de fundos dos governos do Japão e da Noruega, no âmbito da assistência técnica e operacional fornecida aos órgãos de administração eleitoral do país para o ciclo eleitoral.
“O STAE, em conjunto com a ONU, tem como único objetivo fazer eleições imparciais e transparentes”, afirmou o diretor-geral daquele organismo, Tomás Cabral.
Tomás Cabral considerou também que as eleições em Timor-Leste vão servir como exemplo para os países da sub-região.
FONTE: Lusa


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Solidariedade: Leigos para o Desenvolvimento recolhem fundos para escola em Timor

 


A organização não governamental “Leigos para o Desenvolvimento” está a promover uma campanha de angariação de fundos a favor de uma instituição educativa em Timor-Leste.

Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a organização solidária católica, que recentemente assinalou 20 anos de existência, esclarece que a recolha pública de donativos irá reverter “para a construção de uma sala polivalente na Pré Escola Santo Inácio, no bairro de Díli”.

O projeto, que entretanto já começou, está avaliado em 15.832,00 euros e a generosidade das pessoas será “fundamental” para levar a obra a bom porto, salientam os Leigos para o Desenvolvimento.

Nas próximas semanas, a prioridade passa por reunir apoios financeiros para completar a construção do telhado da referida sala.

Para contribuir e saber mais informações basta aceder à página de internet que os Leigos para o Desenvolvimento dedicaram à iniciativa.

JCP




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PARABÉNS Kay Rala XANANA GUSMÃO !!!




FELIZ ANIVERSÁRIO, KAY RALA XANANA GUSMÃO !!!
20  Junho 1946 - Laleia, Manatuto



Longa vida e muito sucesso na condução dos destinos da grande nação timorense.

Um grande abraço de Parabéns e um dia muito feliz, da equipa do UMALULIK ♥

RESISTIR É VENCER!



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Simão Barreto: “Enquanto Mari Alkatiri dirigir a Fretilin, esta não ganhará”

>> 20120618


A música antes da política ou em pé de igualdade?
Como cidadão, evidentemente que sou político, isso é inerente à própria condição da pessoa. Mas acontece que sou músico, a minha vida é preenchida de música e para a música.

Aceitaria acumular a música ao exercício de um cargo político? Candidatar-se a deputado, por exemplo.
Se for convidado e perfilhar ideias que defendo, sou capaz de aceitar.

Como observa a actualidade política timorense em vésperas de eleições?
Logo a seguir à independência, não houve verdadeiramente eleições para o parlamento, porque o então representante máximo das Nações Unidas, Sérgio Vieira de Melo, decidiu, parece que para poupar dinheiro, aproveitar as eleições para a Assembleia Constituinte e do resultado delas erguer-se a Assembleia da República. Até certo ponto justificou-se, terá sido confortável, mas também até certo ponto foi, politicamente, uma decisão errada.

E a seguir, nas presidenciais, o eleitorado votou Xanana Gusmão…
Certo. Mas insisto, deviam ter promovido eleições legislativas e não fizeram. Se tivessem criado essas eleições, deixando os cidadãos elegerem os parlamentares, a Fretilin (Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente) não teria ganho com maioria absoluta e Mari Alkatiri talvez não fosse chefe do governo. Para a Constituinte, o povo votou maioritariamente na Fretilin, ainda a pensar no fantasma da Indonésia. Nada prova que, para as legislativas, o sentido de voto fosse exactamente o mesmo.

A Fretilin, nas eleições de 2007, foi novamente vencedora.
Ganhou, mas não com maioria absoluta! Para formar governo andou a tentar fazer coligações, só que nenhum partido aceitou coligar-se com a Fretilin. Foi quando Xanana Gusmão criou o CNRT (Conselho Nacional da Reconstrução de Timor), juntou uns partidos e lá se fez uma maioria parlamentar para que a Fretilin conseguisse governar.

Têm-se entendido?
Fizeram um esforço para isso. Mas já todos sabemos que a Fretilin, embora sendo um partido grande, não tem a força e a influência que alguns supunham, até pela razão de se ter vindo a fragmentar, dando origem a vários partidos. Por exemplo, grande parte da juventude, sector da sociedade que maioritariamente apoiava a Resistência e a Fretilin, foi para o PD (Partido Democrático), dirigido por La Sama. Sem esquecer que outra significativa dissidência é a Fretilin Mudança, que não aceita a linha dura imposta por Mari Alkatiri. Fretilin Mudança que se coligou com Xanana e o CNRT.

Nota algum desgaste nos partidos ou alguma carência de pedagogia política, por parte de políticos e cidadãos?
Tentam exercer pedagogia, mas não é fácil. Veja-se em Portugal e na Europa, que pedagogia política existe?

O que diz do panorama político em Timor-Leste a poucos dias das eleições?
Chegados a este tempo, o panorama mudou bastante. Por exemplo, os partidos que fizeram parte da chamada maioria parlamentar que tem governado já não possuem tanta influência no eleitorado. O novo cenário, com forças políticas novas que se formaram e estão a formar-se, irá agora ter uma palavra decisiva, nestas eleições que se avizinham.

Qual é a novidade político-partidária em Timor?
Sem dúvida, a coligação das formações políticas lideradas pelo antigo presidente Ramos Horta, pelo PD, dirigido pelo presidente da Assembleia da República, Fernando La Sama, e pelo PNT (Partido Nacionalista Timorense), de Abílio Araújo. Esta frente política eleitoral será ainda mais reforçada com outros partido políticos, como se espera. A Fretilin, a da linha dura, também queria coligar-se, mas não foi aceite, pois como condição impunha Alkatiri para primeiro-ministro, no caso de vitória eleitoral. Isso não foi aceite.

Qual a figura indicada por esta nova coligação para o cargo de primeiro-ministro?
Naturalmente que Ramos Horta!

Pelo que diz, parece que a Fretilin, perdeu um pouco da sua imagem de indiscutível, por força da sua estreita ligação à Resistência.
Sobre isso, repito o que tenho ouvido a muitas pessoas, inclusivamente a militantes desse partido: enquanto Mari Alkatiri estiver à frente da Fretilin, esta força não ganhará a maioria absoluta. No fundo, quem está prejudicando a Fretilin é ele. No dia em que Alkatiri sair da Fretilin, o partido sairá beneficiado.

Nas eleições de 7 de Julho os timorenses fora do país continuam a não poder votar?
Sim, infelizmente. Dizem que é tudo uma questão técnica, segundo o actual ministro dos Negócios Estrangeiros. Não somos muitos, mas temos direito a fazer ouvir a nossa vontade através do voto. Se em Portugal, por exemplo, somos mil ou 2 mil, na Austrália somos 40 mil. No meu entender é falta de eficiência. Espero bem que não seja intencional esta lacuna inconcebível que se arrasta no tempo e que os timorenses da diáspora não gostam nada. Não devo dizer que é intencional esta falha grave. Mas digo que esta morosidade, este horrível atraso, é imperdoável.

Algumas notícias dão conta de uma aparente fragilidade no actual governo. A ministra da Justiça anda a contas com a própria Justiça… Está turvo o ambiente no governo?
Não está turvo, a situação é clara: quem ganhará as eleições é quem irá governar. Os tribunais e a Justiça é que condenam os que prevaricam, eu não posso dizer nada, desconheço pormenores.

O Fundo do petróleo, qual a situação?
Está depositado na América, destinado a um fundo de investimento.

Será intocável?
Por 20 anos, sim. Faltam 10.

O povo timorense já sentiu alguns frutos oriundos da exploração petrolífera?
Já, sim, felizmente está a sentir. Houve quem, sucessivos governos, pretendesse mexer nesse Fundo, directa ou indirectamente. O que lá está, pertence ao Estado timorense. Quando legalmente tiver de ser tocado, deverá ser sempre em favor do povo, do país.

Como vê o papel da igreja católica?
A igreja católica fez o seu papel durante a resistência. Actualmente, faz um esforço por não se imiscuir na política.

Mas mantém bastante influência junto das populações?
Sim, mas as populações também já aprenderam como devem comportar-se perante as eleições e a política na generalidade. Podem não saber ler nem escrever, mas as pessoas sabem bem o que querem.

A propósito, ciclicamente tem-se conhecimento de polémicas sobre a propagação da língua portuguesa em Timor-Leste, a forma da sua utilização…
A língua portuguesa é também língua oficial, juntamente com o tétum. Alguns dizem que com a utilização da língua portuguesa há coisas que não funcionam. Não é bem assim, e as que não funcionam um dia destes vão funcionar, para tudo há uma questão de tempo. O que nós não queremos é abdicar do português, nem do tétum, em favor do inglês ou do bahasa indonésio que nada tem a ver connosco. Certas personalidades é que queriam impor coisas anti-naturais.

Existem factores que contrariam a perfeita evolução do ensino da língua portuguesa em Timor-Leste?
Existem, pois. Desde logo a televisão indonésia, que entra fortemente pelo nosso país. Evidentemente que há casos de necessidade de falar bahasa indonésio, é um dos meus materiais de trabalho, como será o de muitas pessoas. As crianças, não. No entanto, muitas crianças andam falando mais o bahasa e o inglês do que outras línguas, do que português.

O que diz sobre a aceitação dos professores portugueses em Timor?
Evidentemente que são bem aceites, porque os portugueses são sempre bem aceites. Eu sou timorense e português, tenho os dois passaportes com muito orgulho. Conheço muito bem e gosto muito dos portugueses, mas de muitos daqueles professores não gosto da maneira como resolvem viver em Timor-Leste. Isolam-se, vivem num gueto, somente entre eles, não se misturam com o povo, ficam longe da realidade autêntica do país onde trabalham. Muito daquele povo timorense fala português e quer aprender a falar cada vez mais. E essa gente que ensina língua portuguesa deve também aprender a falar tétum, até porque é uma língua oficial.

As relação institucionais e afectivas entre Timor-Leste e Portugal permanecem em alta?
São óptimas. Não esquecemos que o povo português sempre foi muito amigo do povo timorense.

Sendo um timorense de gema, mas também um português autêntico, o seu coração divide-se por duas pátrias?
No meu coração cabe tudo. Os meus dois passaportes viajam sempre comigo. E sou do maior clube do mundo que é o Benfica!

Metendo música na política. A 30 de Maio, em Pequim, o maestro esteve presente, dirigindo um concerto de celebração do 10º Aniversário da Restauração da Independência de Timor-Leste. Como foi?
Momentos inesquecíveis! Fui convidado pela Embaixada de Timor-Leste em Pequim, através da nossa embaixadora Vicky Tchong. Esteve presente o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros, Zacarias Costa. Dirigi o Quarteto Lafaek, que significa Crocodilo e tem a ver com o nosso símbolo, uma antiga lenda. Juntamente com a célebre soprano chinesa Xia Yu, interpretámos peças de minha autoria, temas tradicionais timorenses e de autoria de Xian Xing Hai. Destaco que foram cantados poemas em português, de Miguel Torga, Ricardo Reis e do poeta e prosador natural de Díli Fernando Sylvan. Foi uma cerimónia lindíssima e muito emocionante, de homenagem a Timor-Leste, e também de homenagem a Portugal, pois eu também sou português, somos povos amigos e irmãos.

E tudo isso na capital da China.
A China sempre foi um país nosso amigo. Esta celebração é também uma homenagem à China e ao povo chinês que nunca nos abandonou durante a luta até hoje, que somos nação independente. Mesmo quando outros nos abandonaram. É com mágoa que dizemos que Portugal nos abandonou. Não o povo português, mas Portugal como instituição formal, quando a Indonésia, não o povo, mas quem deu ordens, nos invadiu e massacrou. A China nunca nos abandonou, continua a dar-nos valiosos auxílios, com o seu dinheiro e com os seus técnicos. Timor-Leste deve muito à valiosíssima ajuda da República Popular da China.

O seu sonho, o desejo maior neste momento, em relação a Timor?
Que fosse possível construir um edifício que alojasse a Escola de Música em Díli. Tenho enorme esperança de que em breve seja possível.

Qual é o seu político timorense de referência?
Há um homem que muito respeito, por ser um grande político, com gigantesca capacidade. Esse homem é Ramos Horta.

http://hojemacau.com.mo/?p=35274



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E as coitadas das flores

>> 20120616

... não têm direito a viver?

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Ironias ...


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Segundo grupo reforça contingente de professores portugueses em Timor

>> 20120615


Koperasaun Portugal ho Timor leste ba edukasaun


Trinta e um professores portugueses assinaram hoje em Lisboa os contratos ao abrigo dos quais irão fazer formação de docentes em Timor-Leste, num ensino em português.


Dentro de cerca de uma semana, este segundo grupo de professores juntar-se-á aos 15 colegas que já se encontram em Timor-Leste, desde meados de Maio, no âmbito do Projecto de Formação Inicial e Contínua de Professores timorenses. 

Os contratos foram assinados entre os professores, o Instituto Camões (IC) e o Ministério da Educação de Timor-Leste, em cerimónia que decorreu esta tarde na sede do instituto e foi presidida pelo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Brites Pereira, e pela presidente do IC, Ana Paula Laborinho. 

O secretário de Estado disse à agência Lusa que o projecto de cooperação, no montante total de 23,7 milhões de euros para três anos, prevê o envio de 173 professores por ano. 

Em relação a 2011, destacou o governante, não só disparou o número de professores portugueses que irão formar colegas timorenses (mais 93, passando de 80 para 173), mas a cooperação é também feita em moldes diferentes, com Timor-Leste a financiar 59 por cento dos custos e a liderar o projecto. 

Para Luís Brites Pereira, foi “este salto qualitativo no projecto que obrigou a negociações mais amplas e morosas, feitas dentro das disponibilidades de Timor-Leste”, onde já decorreram este ano eleições presidenciais e estão marcadas legislativas para 7 de Julho próximo. 

Apesar do atraso de cerca de seis meses neste primeiro ano do projecto, de que se queixam sobretudo os professores, obrigados a rescindirem os contratos a 19 de Março e desde então sem salários, o secretário de Estado desdramatizou, considerando que “todos os projectos têm os seus problemas”. 

Para Brites Pereira, Portugal “está a corresponder” ao que Timor-Leste pretende em termos de cooperação na área da educação, “um sector chave para o desenvolvimento do país”. 

Deste segundo grupo de professores, a maior fatia foi recrutada pela Universidade de Aveiro e os restantes pela Universidade do Minho. 

Embora sejam maioritariamente jovens, todos têm experiência no ensino e, em alguns casos, até há professores que já estiveram em Timor-Leste ou fizeram cooperação em outros países de língua oficial portuguesa. 


15.06.2012 - 19:36 Por Lusa



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Exlusivo para Timor-Leste!

>> 20120604


Astrónomo português coordena projecto educacional dedicado a fenómeno do século

2012-06-01
Por Marlene Moura (texto)



Pedro Russo, investigador.
Pedro Russo, investigador.
"Para celebrar o trânsito de Vénus – um raro evento astronómico em que o planeta passa em frente ao sol, que ocorre na próxima quarta-feira –, Pedro Russo, astrónomo e coordenador do Universe Awareness International Project, desenvolveu uma iniciativa de carácter educacional para Timor-Leste – um dos poucos países onde será possível observar o fenómeno astronómico na sua totalidade. Este será o maior evento científico realizado no país desde a sua independência, há dez anos.

O Transito de Vénus não será visível em Portugal, nem sequer na Europa. A Ásia é o local privilegiado para a observação e em Timor Leste (Sudeste Asiático) existe a possibilidade de ver o acontecimento na sua totalidade. Pedro Russo contactou uma escola em Díli, onde se encontra actualmente, e começou a organizar uma série de iniciativas que irão culminar na grande observação (dia 6 de Junho).

Projecto arranca hoje em Timor.
Projecto arranca hoje em Timor.

O Projecto Universe Awareness (UNAWE), que arrancou hoje, levará a cabo várias actividades educativas e lúdicas para as crianças, acções de formação para professores, palestras públicas, uma exposição sobre astronomia e uma sessão de observação para o público em geral.


Segundo o investigador da International Astronomical Union explicou ao jornal «Ciência Hoje», “os trânsitos de Vénus são muito importantes por serem fenómenos extremamente raros. As orbitas da Terra e de Vénus estão um pouco inclinadas, uma em relação à outra, e isso faz com que este trânsito só aconteça aos pares, mas estes, por seu lado, só acontecem a cada cem anos”.

Os trânsitos acontecem num curto espaço de tempo e o próximo será apenas em 2117. O especialista realçou que do ponto de vista científico “é de grande interesse, porque foi a partir deste acontecimento que se conseguiu calcular a distância da Terra ao Sol” e foi “fundamental para percebermos não só a dimensão do nosso sistema solar, mas também a da nossa galáxia. É o que nós chamamos de metro cósmico, é a unidade de medição astronómica, ou seja, a distância do nosso planeta ao sol”, continuou.

Medição astronómica

Pedro Russo explicou que a medição é feita quando “dois observadores estão em duas latitudes distintas ou afastadas o mais possível, de onde o trânsito de Vénus seja visível e se um observador, que esteja numa latitude superior segue o planeta a atravessar o sol, vai ver o ponto um pouco mais abaixo do que um que esteja numa inferior, ou seja como se um estivesse a olhar para cima e visse a projecção mais acima e vice-versa”.

A distância é calculada com trigonometria, a partir do momento em que se conhece a distância entre estes dois observadores e a separação do planeta vénus. Este fenómeno astronómico é de suma importância e marcou especialmente o século XIX. Hoje em dia, pode ser utilizado como uma ferramenta de educação, já que permite ensinar história ou matemática.

Pedro Russo sublinha que os timorenses irão presenciar a "um fenómeno único nas suas vidas e nunca mais o poderão fazer, já que para o próximo será necessário esperar mais de um século". Apesar de o foco ser em Timor, o projecto tem parcerias com outros países da CPLP, como Moçambique ou Brasil, mesmo que a observação não seja visível."

Fonte: Ciência Hoje

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