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Timor-Leste: CNRT vence Eleições Parlamentares

>> 20120709



Fonte: STAE

Os resultados provisórios das Eleições Parlamentares deste sábado, 7 de Julho, indicam que o CNRT de Xanana Gusmão venceu, mas sem maioria absoluta.

De acordo com os resultados provisórios divulgados este Domingo pela Secretaria Técnica da Administração Eleitoral (STAE), o CNRT conquistou 30 assentos, com 172,831 votos.

A Fretilin obteve 24 lugares, com 147,786 votos e o Partido Democrático (PD), conquistou oito deputados, com 48,581 votos. A Frente de Mudança, com 14,517votos, conquistou dois assentos parlamentares. 

O CNRT, a Fretilin o PD e a Frente de Mudança ganharam 63 dos 65 assentos. Os dois restantes deverão destinar-se ao partido KHUNTO, que obteve 13.998 votos.

O CNRT conquistou a maioria dos votos em nove distritos: Díli, Manatuto, Oekusi, Liquiçá, Bobonaro, Ainaro, Aileu, Ermera e Covalima. A FRETILIN ganhou a maioria dos votos nos restantes quatro distritos: Lautém, Vikeke, Baucau e Manufahi.

Na eleição de 2007, a FRETILIN obteve 21 deputados, mais três do que o CNRT, mas o partido de Xanana Gusmão acabou por formar um Governo de coligação.

O CNRT começou a campanha eleitoral deste ano no distrito de Lautem, e terminou em Oe-Cusse, na passada semana.

Em Díli, o CNRT teve 45,453 votos, enquanto a FRETILIN conquistou 26.059. Logo após os resultados preliminares, foi anunciado que o secretário-geral do PD, Mariano Sabino Assanami, e o vice-Presidente Adriano Nascimento, reuniram na sede do CNRT.

Mariano Sabino Assanami recusou-se a comentar publicamente a reunião, mas o secretário-geral do CNRT, Deonisio Babo, disse que os líderes do PD estavam lá para felicitar o seu partido pelos resultados das eleições.

O Presidente da Frente de Mudança, José Luís Guterres, também fez uma visita à sede do CNRT ontem à tarde. Xanana Gusmão, Presidente do partido vencedor, recebeu-o com um sorriso e um abraço.

«A sua casa ficou mais forte depois destas eleições», disse José Luís Guterres a Xanana Gusmão.

Dos 645,642 eleitores registados, 482.792 participaram nesta Eleição Parlamentar. Destes votos, 471.389 foram válidos. A abstenção foi de 162.832 eleitores.

Fontes revelaram que os dois líderes partidários já começaram as negociações para formar o novo Governo.

O secretário-geral do CNRT, Dionísio Babo, disse que seu partido ainda não tinha tomado qualquer decisão sobre a formação de Governo, mas colocará os interesses da nação acima dos interesses do partido.

«Primeiro deve-se colocar os interesses do Estado na parte superior, e os do partido em segundo lugar, pensando no que é melhor para as pessoas», referiu Dionísio Babo, na sede so CNRT, no Bairro dos Grilos.

O Presidente da FRETILIN, Francisco Lu-Olo Guterres, disse que seu partido irá trabalhar com o vencedor da maioria dos assentos, no novo Governo.

«A FRETILIN vai, de facto, participar neste novo Governo, mesmo com a vitória do CNRT» referiu Francisco Guterres, acrescentando que é importante para garantir a paz e estabilidade, trabalhando para o desenvolvimento futuro de Timor-Leste.

O secretário-geral da FRETILIN, Mari Alkatiri, disse que o resultado da eleição mostrou que os timorenses querem fortalecer a unidade nacional.
«A FRETILIN vai participar na governação 2012-2017. A nossa participação já está garantida», referiu Mari Alkatiri, pedindo aos apoiantes para manterem a paz.

«Deixo o meu apelo aos apoiantes da FRETILIN, e também do CNRT, partidos que pode sentar-se juntos para procurarem um caminho em conjunto, a fim de fixar a nossa estabilidade», referiu.

O Bispo da diocese de Díli, Alberto Ricardo, disse que a Igreja Católica de Timor-Leste espera que o modelo do novo Executivo seja «um Governo de unidade nacional», e pediu a todos para receberem bem o resultado das eleições.

«Nós devemos receber e abraçar-nos uns aos outros, com a cooperação e na unidade da nossa nação, para esta caminhar para frente e olhar para o progresso que nós queremos», disse o Bispo Ricardo.

«O novo Governo deve amar o país e o povo de Timor-Leste e libertá-lo da pobreza. A nossa nação tem pobreza e corrupção. Esperamos que estes problemas sejam resolvidos» referiu o Bispo, acrescentando que os governantes devem distanciar-se dos interesses dos partidos.

«Todos devem pensar sobre o bem de Timor-Leste e não apenas num indivíduo ou partido, mas no bem de todo o país», concluiu.



   

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Xanana vence em Timor-Leste



Em Timor-Leste, o CNRT de Xanana Gusmão venceu as eleições legislativas, mas não conquistou a maioria dos lugares no parlamento. O Governo deverá ser agora feito a partir de uma coligação.

Xanana vence em Timor
Joana Tadeu, RTP
08 Jul, 2012, 15:17 / atualizado em 08 Jul, 2012, 15:29

O Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), o partido de Xanana Gusmão, venceu sem maioria as legislativas de sábado com 36,66 por cento dos votos, conseguindo obter 30 dos 65 lugares no parlamento timorense. O secretário-geral do CNRT, Dionísio Babo, informou os jornalistas de que poderá haver uma coligação governamental, sem precisar pormenores, depois de Xanana Gusmão ter dito ontem que afastava a hipótese. Hoje, o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, disse que ninguém vai conseguir formar governo sozinho e que o seu partido está pronto para se coligar com quem quer que seja.
Depois de contados os votos das eleições legislativas de sábado pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, cujos resultados serão oficialmente confirmados nos próximos dias, o Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) saiu vencedor, sem maioria, com 36,66 por cento dos votos, conseguindo obter 30 dos 65 lugares no parlamento timorense, a três da maioria absoluta.

O primeiro presidente da República de Timor-Leste, atual primeiro-ministro do país e herói da revolução, Xanana Gusmão, verá o mandato renovado nos próximos dias e, segundo o que o seu secretário-geral, Dionísio Babo, disse à agência Lusa, prepara-se para uma coligação governamental.
Resultados provisórios

CNRT: 36,66 por cento, 30 deputados
Fretilin: 29,87 por cento, 25 deputados
PD: 10,31 por cento, 8 deputados
Frente Mudança: 3,11 por cento, 2 deputados

Total: 65 lugares no Parlamento, divididos por 4 partidos.


Em segundo lugar, com 29,87 por cento dos votos, fica a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) de Mari Alkatiri, com 25 assentos parlamentares, seguida do Partido Democrático, liderado por Fernando 'La Sama' de Araújo, que obteve 10,31 por cento dos votos e oito cadeiras no Parlamento, e a Frente Mudança, liderada por José Luís Guterres, atual vice-primeiro-ministro, com 3,11 por cento dos votos e dois representantes eleitos.


http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=568829&tm=7&layout=121&visual=49


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Eleições Legislativas 2012 - Timor-Leste


RESULTADOS  PROVISÓRIOS 





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Dia de votação em Timor-Leste

>> 20120708













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7 Julho 2012 - Eleições legislativas em Timor-Leste

>> 20120707


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Dinheiro do petróleo é para investir no povo e diversificar economia - PM Xanana Gusmão

>> 20120624
















Xanana Gusmão, líder do Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), partido maioritário no atual Governo de coligação, durante uma ação de campanha para as eleições legislativas de 07 de julho, em Díli, Timor-Leste, 22 de junho de 2012. Xanana Gusmão recandidata-se ao segundo mandato de primeiro-ministro. ANTONIO AMARAL / LUSA

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse em entrevista à agência Lusa que o dinheiro do petróleo deve ser investido no povo para diversificar a economia e minimizar a dependência daquele recurso.
"Agora não o podemos evitar e ninguém me pode dizer que não devemos. Hoje devemos. O povo sofreu para defender esta riqueza. Se somos ricos e temos esse dinheiro, esse dinheiro deve ser investido no povo", afirmou Xanana Gusmão.
O atual primeiro-ministro, que se recandidata ao cargo nas legislativas de 07 de julho, é líder do Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), partido maioritário no atual Governo de coligação.
"Claro que temos de preservar (o fundo petrolífero), mas a política de diversificação vai garantir que o fundo vai permanecer. É nisto tudo que joga a nossa estratégia de dar um passo em frente para o desenvolvimento do país", acrescentou.
O Fundo Petrolífero de Timor-Leste tinha em abril passado o valor de cerca de 10 mil milhões de dólares (7,9 mil milhões de euros).
O Governo de Xanana Gusmão tem sido criticado por estar a construir uma economia dependente do dinheiro do petróleo.
"Quando falamos da dependência do petróleo é mais na orçamentação ainda não falamos da economia, porque ainda nem sequer é emergente ou embrionária", disse o primeiro-ministro timorense.
Para Xanana Gusmão, as questões às vezes são "mal colocadas", admitindo porém que há essencialmente uma dependência do dinheiro proveniente do petróleo para a construção de infraestruturas.
"Depois, passado isso (a construção de infraestruturas), eles (população) têm de começar a aproveitar essas oportunidades em todas as áreas da economia. Aqui é que já não vamos necessitar tanto do fundo do petróleo para sustentar os nossos orçamentos", afirmou, salientando que há outros recursos naturais em Timor-Leste.
Questionado pela Lusa sobre a forma de criar uma economia não dependente do fundo petrolífero, o primeiro-ministro explicou que passa por estabelecer bancos de desenvolvimento em todos os distritos do país.
"O que é necessário é estabelecer o banco de desenvolvimento em todos os distritos (...) Nós não pretendemos criar bancos para engradecer ou enriquecer os bancos. Nos primeiros anos queremos criar bancos para ajudar a incentivar as pequenas, médias e grandes empresas", explicou.
Segundo Xanana Gusmão, é preciso fixar uma política de concessão de créditos que não seja para enriquecer os bancos.
"Nós temos dinheiro. A gestão do dinheiro de forma diversificada vai gerar mais dinheiro. Isso chega. O dinheiro que vamos dar é fundamental para virarmos esta dependência do petróleo", disse.
Às eleições de 07 de julho concorrem 21 partidos e coligações, que vão disputar os 65 lugares no parlamento timorense. A campanha termina a 04 de julho.

MSE.
Lusa/Fim
22 de Junho de 2012, 17:46

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STAE recebe apoio das Nações Unidas para as Eleições Parlamentares de 2012

>> 20120621

 
Na manhã de 19 de Junho de 2012, numa cerimónia que decorreu nas instalações do STAE, em Caicoli, Díli, o SRSG interino, Finn Reske-Nielsen, fez a entrega oficial de materiais alusivos para o processo eleitoral em curso, designadamente, posters, tinta indelével, t-shirts para observadores, e coletes para os oficiais de votação. Durante a cerimónia o SRSG interino, Finn Reske-Nielsen salientou o papel importante que o STAE tem vindo a desenvolver sob a liderança do seu Director-Geral, Tomás do Rosário Cabral, em prol da consolidação da democracia em Timor-Leste. Por sua vez o Director-Geral do STAE agradeceu o apoio que tem vindo a receber da UNMIT, acrescentando, ainda, que espera que a experiência eleitoral de Timor-Leste venha a ser um exemplo para outros países asiáticos.



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Timor-Leste: Representante da ONU destaca que campanha eleitoral está a decorrer sem incidentes

>> 20120619

            



O representante do secretário-geral da ONU para Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen, elogiou hoje partidos políticos e a polícia timorenses pela forma pacífica como está a decorrer a campanha eleitoral para as legislativas de 07 de julho.
“A campanha eleitoral está a correr bem e desde que começou não foi registado um único incidente. Este é um crédito para os partidos, líderes políticos e Polícia Nacional de Timor-Leste pela forma como está a planear as operações de segurança”, afirmou Finn Reske Nielsen.
A campanha eleitoral começou no passado dia 05 e termina a 04 de julho.
Candidataram-se às terceiras legislativas timorenses 21 partidos e coligações.
O também chefe da Missão Integrada da ONU para Timor-Leste falava durante a cerimónia de entrega de material eleitoral ao Secretariado Técnico de Apoio Eleitoral (STAE) timorense.
O STAE recebeu cinco mil unidades de tinta indelével, cartazes, t-shirts e coletes para os observadores nacionais e oficiais de votação.
O material foi doado com a contribuição de fundos dos governos do Japão e da Noruega, no âmbito da assistência técnica e operacional fornecida aos órgãos de administração eleitoral do país para o ciclo eleitoral.
“O STAE, em conjunto com a ONU, tem como único objetivo fazer eleições imparciais e transparentes”, afirmou o diretor-geral daquele organismo, Tomás Cabral.
Tomás Cabral considerou também que as eleições em Timor-Leste vão servir como exemplo para os países da sub-região.
FONTE: Lusa


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Simão Barreto: “Enquanto Mari Alkatiri dirigir a Fretilin, esta não ganhará”

>> 20120618


A música antes da política ou em pé de igualdade?
Como cidadão, evidentemente que sou político, isso é inerente à própria condição da pessoa. Mas acontece que sou músico, a minha vida é preenchida de música e para a música.

Aceitaria acumular a música ao exercício de um cargo político? Candidatar-se a deputado, por exemplo.
Se for convidado e perfilhar ideias que defendo, sou capaz de aceitar.

Como observa a actualidade política timorense em vésperas de eleições?
Logo a seguir à independência, não houve verdadeiramente eleições para o parlamento, porque o então representante máximo das Nações Unidas, Sérgio Vieira de Melo, decidiu, parece que para poupar dinheiro, aproveitar as eleições para a Assembleia Constituinte e do resultado delas erguer-se a Assembleia da República. Até certo ponto justificou-se, terá sido confortável, mas também até certo ponto foi, politicamente, uma decisão errada.

E a seguir, nas presidenciais, o eleitorado votou Xanana Gusmão…
Certo. Mas insisto, deviam ter promovido eleições legislativas e não fizeram. Se tivessem criado essas eleições, deixando os cidadãos elegerem os parlamentares, a Fretilin (Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente) não teria ganho com maioria absoluta e Mari Alkatiri talvez não fosse chefe do governo. Para a Constituinte, o povo votou maioritariamente na Fretilin, ainda a pensar no fantasma da Indonésia. Nada prova que, para as legislativas, o sentido de voto fosse exactamente o mesmo.

A Fretilin, nas eleições de 2007, foi novamente vencedora.
Ganhou, mas não com maioria absoluta! Para formar governo andou a tentar fazer coligações, só que nenhum partido aceitou coligar-se com a Fretilin. Foi quando Xanana Gusmão criou o CNRT (Conselho Nacional da Reconstrução de Timor), juntou uns partidos e lá se fez uma maioria parlamentar para que a Fretilin conseguisse governar.

Têm-se entendido?
Fizeram um esforço para isso. Mas já todos sabemos que a Fretilin, embora sendo um partido grande, não tem a força e a influência que alguns supunham, até pela razão de se ter vindo a fragmentar, dando origem a vários partidos. Por exemplo, grande parte da juventude, sector da sociedade que maioritariamente apoiava a Resistência e a Fretilin, foi para o PD (Partido Democrático), dirigido por La Sama. Sem esquecer que outra significativa dissidência é a Fretilin Mudança, que não aceita a linha dura imposta por Mari Alkatiri. Fretilin Mudança que se coligou com Xanana e o CNRT.

Nota algum desgaste nos partidos ou alguma carência de pedagogia política, por parte de políticos e cidadãos?
Tentam exercer pedagogia, mas não é fácil. Veja-se em Portugal e na Europa, que pedagogia política existe?

O que diz do panorama político em Timor-Leste a poucos dias das eleições?
Chegados a este tempo, o panorama mudou bastante. Por exemplo, os partidos que fizeram parte da chamada maioria parlamentar que tem governado já não possuem tanta influência no eleitorado. O novo cenário, com forças políticas novas que se formaram e estão a formar-se, irá agora ter uma palavra decisiva, nestas eleições que se avizinham.

Qual é a novidade político-partidária em Timor?
Sem dúvida, a coligação das formações políticas lideradas pelo antigo presidente Ramos Horta, pelo PD, dirigido pelo presidente da Assembleia da República, Fernando La Sama, e pelo PNT (Partido Nacionalista Timorense), de Abílio Araújo. Esta frente política eleitoral será ainda mais reforçada com outros partido políticos, como se espera. A Fretilin, a da linha dura, também queria coligar-se, mas não foi aceite, pois como condição impunha Alkatiri para primeiro-ministro, no caso de vitória eleitoral. Isso não foi aceite.

Qual a figura indicada por esta nova coligação para o cargo de primeiro-ministro?
Naturalmente que Ramos Horta!

Pelo que diz, parece que a Fretilin, perdeu um pouco da sua imagem de indiscutível, por força da sua estreita ligação à Resistência.
Sobre isso, repito o que tenho ouvido a muitas pessoas, inclusivamente a militantes desse partido: enquanto Mari Alkatiri estiver à frente da Fretilin, esta força não ganhará a maioria absoluta. No fundo, quem está prejudicando a Fretilin é ele. No dia em que Alkatiri sair da Fretilin, o partido sairá beneficiado.

Nas eleições de 7 de Julho os timorenses fora do país continuam a não poder votar?
Sim, infelizmente. Dizem que é tudo uma questão técnica, segundo o actual ministro dos Negócios Estrangeiros. Não somos muitos, mas temos direito a fazer ouvir a nossa vontade através do voto. Se em Portugal, por exemplo, somos mil ou 2 mil, na Austrália somos 40 mil. No meu entender é falta de eficiência. Espero bem que não seja intencional esta lacuna inconcebível que se arrasta no tempo e que os timorenses da diáspora não gostam nada. Não devo dizer que é intencional esta falha grave. Mas digo que esta morosidade, este horrível atraso, é imperdoável.

Algumas notícias dão conta de uma aparente fragilidade no actual governo. A ministra da Justiça anda a contas com a própria Justiça… Está turvo o ambiente no governo?
Não está turvo, a situação é clara: quem ganhará as eleições é quem irá governar. Os tribunais e a Justiça é que condenam os que prevaricam, eu não posso dizer nada, desconheço pormenores.

O Fundo do petróleo, qual a situação?
Está depositado na América, destinado a um fundo de investimento.

Será intocável?
Por 20 anos, sim. Faltam 10.

O povo timorense já sentiu alguns frutos oriundos da exploração petrolífera?
Já, sim, felizmente está a sentir. Houve quem, sucessivos governos, pretendesse mexer nesse Fundo, directa ou indirectamente. O que lá está, pertence ao Estado timorense. Quando legalmente tiver de ser tocado, deverá ser sempre em favor do povo, do país.

Como vê o papel da igreja católica?
A igreja católica fez o seu papel durante a resistência. Actualmente, faz um esforço por não se imiscuir na política.

Mas mantém bastante influência junto das populações?
Sim, mas as populações também já aprenderam como devem comportar-se perante as eleições e a política na generalidade. Podem não saber ler nem escrever, mas as pessoas sabem bem o que querem.

A propósito, ciclicamente tem-se conhecimento de polémicas sobre a propagação da língua portuguesa em Timor-Leste, a forma da sua utilização…
A língua portuguesa é também língua oficial, juntamente com o tétum. Alguns dizem que com a utilização da língua portuguesa há coisas que não funcionam. Não é bem assim, e as que não funcionam um dia destes vão funcionar, para tudo há uma questão de tempo. O que nós não queremos é abdicar do português, nem do tétum, em favor do inglês ou do bahasa indonésio que nada tem a ver connosco. Certas personalidades é que queriam impor coisas anti-naturais.

Existem factores que contrariam a perfeita evolução do ensino da língua portuguesa em Timor-Leste?
Existem, pois. Desde logo a televisão indonésia, que entra fortemente pelo nosso país. Evidentemente que há casos de necessidade de falar bahasa indonésio, é um dos meus materiais de trabalho, como será o de muitas pessoas. As crianças, não. No entanto, muitas crianças andam falando mais o bahasa e o inglês do que outras línguas, do que português.

O que diz sobre a aceitação dos professores portugueses em Timor?
Evidentemente que são bem aceites, porque os portugueses são sempre bem aceites. Eu sou timorense e português, tenho os dois passaportes com muito orgulho. Conheço muito bem e gosto muito dos portugueses, mas de muitos daqueles professores não gosto da maneira como resolvem viver em Timor-Leste. Isolam-se, vivem num gueto, somente entre eles, não se misturam com o povo, ficam longe da realidade autêntica do país onde trabalham. Muito daquele povo timorense fala português e quer aprender a falar cada vez mais. E essa gente que ensina língua portuguesa deve também aprender a falar tétum, até porque é uma língua oficial.

As relação institucionais e afectivas entre Timor-Leste e Portugal permanecem em alta?
São óptimas. Não esquecemos que o povo português sempre foi muito amigo do povo timorense.

Sendo um timorense de gema, mas também um português autêntico, o seu coração divide-se por duas pátrias?
No meu coração cabe tudo. Os meus dois passaportes viajam sempre comigo. E sou do maior clube do mundo que é o Benfica!

Metendo música na política. A 30 de Maio, em Pequim, o maestro esteve presente, dirigindo um concerto de celebração do 10º Aniversário da Restauração da Independência de Timor-Leste. Como foi?
Momentos inesquecíveis! Fui convidado pela Embaixada de Timor-Leste em Pequim, através da nossa embaixadora Vicky Tchong. Esteve presente o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros, Zacarias Costa. Dirigi o Quarteto Lafaek, que significa Crocodilo e tem a ver com o nosso símbolo, uma antiga lenda. Juntamente com a célebre soprano chinesa Xia Yu, interpretámos peças de minha autoria, temas tradicionais timorenses e de autoria de Xian Xing Hai. Destaco que foram cantados poemas em português, de Miguel Torga, Ricardo Reis e do poeta e prosador natural de Díli Fernando Sylvan. Foi uma cerimónia lindíssima e muito emocionante, de homenagem a Timor-Leste, e também de homenagem a Portugal, pois eu também sou português, somos povos amigos e irmãos.

E tudo isso na capital da China.
A China sempre foi um país nosso amigo. Esta celebração é também uma homenagem à China e ao povo chinês que nunca nos abandonou durante a luta até hoje, que somos nação independente. Mesmo quando outros nos abandonaram. É com mágoa que dizemos que Portugal nos abandonou. Não o povo português, mas Portugal como instituição formal, quando a Indonésia, não o povo, mas quem deu ordens, nos invadiu e massacrou. A China nunca nos abandonou, continua a dar-nos valiosos auxílios, com o seu dinheiro e com os seus técnicos. Timor-Leste deve muito à valiosíssima ajuda da República Popular da China.

O seu sonho, o desejo maior neste momento, em relação a Timor?
Que fosse possível construir um edifício que alojasse a Escola de Música em Díli. Tenho enorme esperança de que em breve seja possível.

Qual é o seu político timorense de referência?
Há um homem que muito respeito, por ser um grande político, com gigantesca capacidade. Esse homem é Ramos Horta.

http://hojemacau.com.mo/?p=35274



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