Ai Malkatiri ... ¿Por qué no te callas?

>> 20090511

Imagem: 'Malkatiri', Óleo e acrílico s/ tela – 50x150 cms (M. A., 13-19 de Julho 2008)
“Díli, 11 Mai (Lusa) - O líder da Fretilin, Mari Alkatiri, o partido com maior representação parlamentar, na oposição à coligação governamental, garantiu hoje que o Ministério das Finanças está no centro dos escândalos de corrupção em Timor-Leste.

"Quando o Ministério da Finanças se constipa, todos os outros ficam doentes", ironizou, em declarações à Agência Lusa na sala da bancada parlamentar da Fretilin.


"Os outros - acrescentou - são sobretudo os da Justiça (Lúcia Lobato), Infra-estruturas (Pedro Lay da Silva) e Turismo, Comércio e Indústria (Gil da Costa Alves)".


Estão igualmente debaixo de fogo da Fretilin os ministérios da Educação e Cultura (João Câncio de Freitas), Saúde (Nelson Martins) e Negócios Estrangeiros (Zacarias da Costa).


Ao todo, são sete de duas dezenas de ministérios, ou seja, um terço.


O parlamento, que às segundas e terças-feiras tem as suas sessões plenárias, voltou hoje à tarde a estar paralisado por falta de quórum devido à ausência premeditada dos deputados da Fretilin.
[Grande exemplo de civismo (cof, cof, cof ...) ... Mas que irresponsabilidade ... ]

"E ainda nem descarregámos um terço daquilo que temos", garantiu Alkatiri.

O deputado José Fernandes, da Comissão Parlamentar da Agricultura, Pescas, Florestas, Recursos Naturais e Ambiente, adiantou que a Fretilin exige ao novo vice-ministro Mário Viegas Carrascalão "o apuramento da verdade" sobre o mega escândalo de corrupção.
O que está em causa no Ministério das Finanças (Emília Pires) são salários considerados milionários de assessores internacionais, pagos com fundos do Banco Mundial e da própria União Europeia, nomeadamente a "amigos da ministra" - disse o deputado - de "quando ela viveu na Austrália".

José Fernandes, indignado, afirmou haver assessores internacionais naquele ministério, "com habilitações limitadas", a ganharem de 11.000 dólares/mês (8.000 euros) a 49.000 dólares/mês (36.000 euros).

"A ministra - Emília Pires - recorre a estes assessores por secundarem incondicionalmente as suas políticas", lamentou o deputado.

No Ministério da Justiça, a Fretilin exige a demissão da titular, Lúcia Lobato, "com demasiadas nuvens em cima", em palavras de José Fernandes.

"O problema fundamental está nas terras e propriedades do Estado concedidas para fins comerciais em pleno centro de Díli", explicou, denunciando também "negociatas com fardas e equipamentos para os guardas prisionais com uma empresa indonésia, através do marido".

No Ministério da Infra-estruturas, o deputado da Fretilin Inácio Moreira, engenheiro de máquinas de formação, queixou-se à Lusa de "não haver nenhum plano estratégico" e, daí, os "muitos problemas".

"Em 2008 foram atribuídos 400.000 dólares (295.000 euros) para estudos sobre a viabilidade de estradas no território e a verba desapareceu", recordou.

"O Orçamento de Estado de 2008 contemplava dois milhões de dólares (1,4 milhões de euros) para a reparação de estradas, este ano 1,5 milhões de dólares (1,1 milhões de euros) para reabilitação e manutenção, mas não aconteceu nada", acrescentou.

"A maioria das obras é atribuída por adjudicação directa - sem concurso público - e não há inspecções estatais para verificar o andamento dos trabalhos", lembrou.

José Teixeira deu uma achega: "As obras públicas são adjudicadas com carácter de emergência e essa é a desculpa", ironizou.

O Fundo do Petróleo financia em 80 por cento o Orçamento de Estado, que em 2008 destinou 375.000 dólares (276.000 euros) e este ano 200.000 dólares (147.000 euros) para estradas em cada um dos 13 distritos do país, salientou Inácio Moreira, deplorando as vias "intransitáveis", sinal claro da "corrupção generalizada".

No Ministério do Turismo, Comércio e Indústria, a Fretilin fez menção do escândalo com um contrato de 14,7 milhões de dólares (10,8 milhões de euros) para compra de arroz, "entregue a Germano da Silva (CNRT), antigo funcionário de Xanana Gusmão quando era Presidente da República".

No Ministério da Educação estão na berlinda as compras de equipamentos escolares e o programa de merendas, que "redundou numa fantochada porque os camiões não levam a comida às crianças", indicou José Teixeira.

No Ministério da Saúde é a compra de medicamentos e no dos Negócios Estrangeiros a "compra obrigatória dos bilhetes de avião - mais caros - na Agência Megatours, de que o titular Zacarias da Costa era o sócio-gerente", concluiu José Teixeira.


Xanana Gusmão e Emília Pires dão terça-feira de manhã, no Palácio do Governo, uma conferência de imprensa para esclarecer as acusações de corrupção ao governo
.” (JHM. Lusa/fim apud EXPRESSO online)

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Nota :

  • [Nesta cor e entre parêntesis rectos estão comentários da blogger]

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