«As mentiras de Timor, do Caderno Tabu Nº 94, edição 28.06.08, autoria Felícia Cabrita»
Nós os timorenses sempre respeitámos todos os meios de comunicação social portuguesa, assim como nós respeitamos o Povo português.Todos os meios de comunicação social têm um código que se chama Código Deontológico, e têm princípio básico e fundamental, como agência noticiosa que cumpra os princípios da neutralidade ou imparcial.Timor-Leste já é um país Soberano e Independente, já deixou de ser o território não autónomo desde 20 de Maio de 2002, já não está sob a jurisdição portuguesa e Portugal já não é potência administrativa de Timor-Leste.
Estamos sensibilizados com todo o apoio incondicional e carinho da imprensa portuguesa durante os tempos difíceis como em Setembro e Outubro negros que o nosso povo enfrentou em 1999.
Foi sempre uma honra ter esse apoio e orgulhámos por isso. Mas não queremos ser “divididos” pela autoria de alguma imprensa portuguesa, muito menos pelo jornal tão credível como o Semanário SOL.O Povo de Timor-Leste e a sociedade timorenses já têm os seus próprios meios de comunicação e informação, embora ainda frágeis e inconsistentes no rigor informativo, mas os tem.Como tal, nós os timorenses condenamos e estamos contra com indignações o jornal Semanário SOL, pela ingerência nos assuntos com caracteres políticos internos que só cabem aos timorenses a tratarem.O Semanário SOL infringiu o seu princípio de neutralidade por dedicar, quase jornal inteiro em relatar as informações sobre os acontecimentos em Timor nos últimos dois anos, só e apenas com base nas versões de uma parte, de assuntos internos dos timorenses.
As informações divulgadas pelo Semanário SOL, apenas contar os efeitos que até mal contada sobre a crise de 2006, sem referir nenhuma das causas. Além de contar mal os efeitos da crise em termos cronológicos, o SOL relatou de forma tendencial todos os acontecimentos desde a crise de 2006 até aos atentados de 11/02 passado, a favor de um sector político – partidário timorense. Por exemplo, o SOL não referiu o erro crasso que o Mari Alkatiri cometeu como PM em ordenar os militares F-FDTL a intervirem nas manifestações.
A decisão em ordenar as F-FDTL feito pelo PM na altura implica dois erros graves : em primeiro lugar, violar claramente a Constituição da República Democrática de Timor-Leste, porque em matéria da segurança cabe as forças da segurança a competência.
Em segundo lugar, a actuação das FA F-FDTL em Tasi-tolu numa situação que se encontrava normal, sem qualquer sinais de emergência que precisasse de uma intervenção das FA. Mesmo que a dita situação com carácter urgência, e precisasse de intervenção por parte das FA F-FDTL, cabe ao PR anunciar o estado de sítio, depois de ouvir os Conselheiros de Segurança e da Defesa (CSD), Órgão Consultivo Político do PR. Mas o que aconteceu foi, a margem da lei e da Constituição, que o próprio Mari Alkatiri ter feita a escrita preto no branco desde 2001.
Em consequência disso surgiu a personagem central desta reportagem, o Comandante da Polícia Militar (PM), o saudoso Major Alfredo Reinado. Porque Alfredo Reinado? Foi Major Alfredo Reinado quem fez acompanhar o Ministro da Defesa e Chefe de Estado-Maior das FA para encontrar com o PM Mari Alkatiri na sua residência oficial em Farol, de onde o Alfredo Reinado tinha ouvido da boca do Alkatiri «ordem para disparar contra manifestantes». Depois de receber as ordens do PM, o Major Reinado perguntou ao Chefe de Estado-Maior, «onde está o mandato por escrito», a resposta do Comandante foi «já não tem tempo para escrever a carta».
Não citou o motivo da alegada discriminação no seio das F-FDTL, consequentes descontentes de 1/3 de elementos dos militares que deu origem aos peticionários, sendo principal causa da crise de 2006. O SOL também não disse nada sobre a incompetência do ministro da FRETILIN que tutela a pasta de defesa, o então Ministro Dr. Roque Rodrigues. Também nenhuma palavra a questionar sobre o porque as decisões unilaterais das chefias militares e aceitação do governo da FRETILIN à expulsão dos militares descontentes com consequências eminentes.
Tudo isso, são os sinais da parcialidade da parte SOL e em particular a jornalista Felícia Cabrita autoria da investigação e publicação dos acontecimentos em Timor-Leste depois da Independência.
O pior é que o Semanário SOL não só interferir nos assuntos internos, mas a divulgação de notícias falsas e especulações com base nas versões de pessoas anónimas e pessoas constrangidas pelo partido da oposição ao actual governo.
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