Não percebi ...

>> 20110810

«Combate à iliteracia»
Timor-Leste: Reforma no ensino básico pretende abolir língua portuguesa
2011-08-09 18:22:53

Díli – O Conselho de Ministros timorense está a preparar o diploma legal, com vista a eliminar a Língua Portuguesa do sistema de ensino básico em Timor-Leste. A medida não é consensual dentro do Executivo de Xanana Gusmão.
A manutenção do português como língua oficial do país volta a ser questionada no seio da sociedade timorense, numa altura em que se começam a vislumbrar as bandeiras dos partidos políticos tendo em vista as eleições de 2012. Uma fonte próxima do Governo garante que a reforma no ensino básico tem vindo a provocar desentendimentos políticos que poderão ameaçar a coligação que sustenta a Aliança da Maioria Parlamentar (AMP).

Xanana Gusmão e Kirsty Gusmão, Embaixadora da Boa Vontade para a Educação e esposa do Primeiro-Ministro, têm sido os principais promotores da ideia que poderá estar no centro do debate político das próximas eleições.

A estratégia que conta com o apoio do Instituto Nacional de Linguística e do Conselho Nacional de Educação, poderá relançar a questão linguística no centro do debate e ameaçar a própria maioria que suporta o actual Governo.

O combate à iliteracia constitui o forte argumento apontado para a reforma que Xanana Gusmão pretende avançar. No entanto, tal estratégia para a educação é apontada por «muitas vozes» como potenciadora da fragmentação linguística de Timor-Leste e como uma cedência ao lobby anglo-saxónico.

Ironicamente, a AMP, que defendeu a utilização do Português junto da ONU e da União Europeia e que votou favoravelmente à utilização da língua de Camões pelo menos uma vez por mês no Parlamento de Timor-Leste, será a responsável por tal medida que inevitavelmente afasta os jovens de uma das línguas oficiais do país.

Esta medida pode pôr em causa o envio de mais de uma centena de professores de português, que nos últimos anos têm vindo a assegurar o ensino da língua aos professores timorenses do primeiro ciclo. Esta vertente da cooperação tem absorvido grande parte do esforço orçamental que Portugal reserva para Timor-Leste, principal destinatário da cooperação portuguesa no seio da CPLP.

O Governo da oitava nação a adoptar o Português como língua oficial, pode assim abrir caminho para que as gerações mais jovens, que falam principalmente Tétum e Indonésio, deixem de se expressar em Português.
(c) PNN Portuguese News Network

4 comentários:

Anónimo,  quarta-feira, 10 de agosto de 2011 às 22:01:00 WEST  

A “Política da Educação Multilingue Baseada na Língua Materna” pretende ajudar o estado timorense a alcançar os seguintes objectivos, em conformidade com as normas e boas práticas internacionais:

♦ Objectivos da aprendizagem através da facilitação de maior acesso às matérias curriculares, incluindo cognitivamente a busca de informação e capacidades abstractas. Todos os alunos poderão ser multilingues (falando fluentemente todas as línguas visadas) e multiliterados (aptos a ler e escrever todas as línguas visadas) a fim de maximizar os benefícios cognitivos e comunicativos.

♦ Objectivos Linguísticos através do ensino da literacia inicial na primeira língua dos aprendizes, provendo bases de competências que prontamente possam ser transferidas para as línguas adicionais (Tetun, Portugês etc.)

♦ Objectivos sociais e conómicos através da optimização da conexão casa-escola, criando maior coesão da família, maior taxa de participação nas escolas, melhorias nas taxas de sucesso em todas as escolas, e realização mais equitativa em toda a linha divisória de gênero, regional, rural e da classe social.

Pode-se ler o texto completo da Política e o seu Plano de Implementação aqui:

http://www.scribd.com/collections/3046404/Education-Policy-Law-and-Research

Anónimo,  quarta-feira, 10 de agosto de 2011 às 22:05:00 WEST  

Recomendo vivamente a leitura da Política da Educação Multilingue Baseada na Língua Materna, a qual dá resposta a muitas questões.

http://www.scribd.com/doc/49147895/)

Margarida Azevedo quarta-feira, 10 de agosto de 2011 às 22:13:00 WEST  

Conheço e agradeço as indicações. A notícia que transcrevi não é clara e preferiria respostas concretas. Mas tudo bem ... Cabe aos timorenses decidir o que querem.

Margarida Azevedo quinta-feira, 11 de agosto de 2011 às 00:05:00 WEST  

Compreendido!

http://umalulik.blogspot.com/2011/08/kirsty-gusmao-comenta-artigo-sobre.html

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