Muito bem dito! Parabéns, Sr. Presidente : )

>> 20100720

Dili, 10 de Abril de 2010
 Foto de arquivo © Uma Lulik 
A Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) deve ter um papel de defesa proativa, criativa e dinâmica da língua portuguesa, defendeu o Presidente de Timor-Leste.

“O papel da CPLP, para além de várias áreas de cooperação, ele deve ser também de defesa proactiva, criativa, dinâmica de uma das línguas seculares que existem em vários países do mundo”, disse José Ramos-Horta, durante uma visita à Expo 2010, em Xangai, China.

Para o Presidente timorense, a importância de instituições como a CPLP é a de “preservar as línguas diversas que existem no mundo”, caso contrário, “cada vez mais, pela via da força económica, do comércio, o inglês obscurece, prevalece sobre todas as outras línguas”.


“Seria uma grande perda para a humanidade que algumas das línguas mais importantes do mundo se percam”, observou ainda, admitindo, contudo, que “esta é a realidade que está a acontecer em muitos países do mundo”.

O Presidente de Timor-Leste lembrou que a língua portuguesa não é apenas falada nos oito países que integram a CPLP, apontando que existem comunidades “em vários países, desde o Canadá aos Estados Unidos, Venezuela, África do Sul, onde existem milhões de descendentes de portugueses, ou de Moçambique, de Angola, que estão nesses países e que deveriam continuar a preservar a língua dos seus antepassados”.

O chefe de Estado considerou ainda que Timor-Leste está a entrar numa nova dimensão da introdução da língua portuguesa, apontando a proposta que lançou ao secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, de abrir mais escolas portuguesas, além da de Díli, que tem 700 alunos.

“Eu sugeri que se abrissem uma em cada um dos treze distritos de Timor-Leste. Este ano já vão começar mais quatro”, afirmou, congratulando-se com a “resposta rápida do Estado português” num projeto que tem, também, o “compromisso financeiro timorense”, anotou.

Reconhecendo que na CPLP Timor-Leste é um “caso especial”, pois ainda está na “fase de reintrodução, consolidação e expansão do português como língua oficial”, Ramos-Horta lembrou: “Herdámos Timor-Leste em que a língua portuguesa praticamente tinha desaparecido devido ao quarto de século de ocupação indonésia e da sua proibição”.

Segundo o Presidente timorense, com o trabalho de reintrodução do português, 12 por cento da população, de cerca de 1,1 milhões de habitantes, fala a língua, “e isso em oito anos apenas de independência”, observou.

“Estes números significam que daqui a 20, 30 anos Timor-Leste pode contar com 50 por cento [da população] que fala português”, afirmou.

A promoção e divulgação da língua portuguesa foi a prioridade estabelecida pela presidência portuguesa nos últimos dois anos.

Angola passa a exercer a presidência da organização lusófona a partir de sexta feira na VIII Cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, em que a língua portuguesa será um dos temas em discussão.

Timor-Leste ainda não anunciou quem vai representar o país na cimeira de Luanda.
Autoria: Sílvia Reis, da Agência Lusa
Número de Documento: 11293792
URL: http://www.lusa.pt/lusaweb/user/showitem?service=310&listid=NewsList310&listpage=1&docid=11293792

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