Campanha para as Eleições Presidenciais de Timor-Leste (Actualizada)

>> 20120305


Panfletos e Cartazes dos Candidatos





                  





  








Timor-Leste: Cerimónia de assinatura do pacto de paz
2012-02-28 17:48:47 


Díli - Os candidatos presidenciais e os partidos políticos assinaram oficialmente um pacto, esta segunda-feira, 27 de Fevereiro, prometendo trabalhar em prol de eleições pacíficas e no reforço da unidade nacional.

O evento, organizado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), também deu a cada candidato presidencial uma oportunidade para divulgarem os planos para o mandato.

12 dos 13 candidatos presidenciais assinaram o pacto de paz. O candidato Francisco Xavier do Amaral não pôde estar presente dado que estava a receber tratamento médico.

Os representantes dos 24 partidos políticos, ASDT, FRETILIN, CNRT, KOTA, PD, PSD, PPT, PUN, PDRT, UNDERTIM, PST, PNT, PR, PMT, UDT, PDM, PLPA, FRENTI-Mudansa, PDL, PTT, APOP, KHUNTO e PDL, assinaram um pacto de unidade nacional. O PDC não foi representado.

Como parte do acordo, os candidatos presidenciais prometeram fortalecer a paz, independentemente do resultado das eleições, bem como a apoiar o novo Presidente e membros do Parlamento Nacional.

















Diário da Campanha -06 Março


Manuel Tilman 

Distritu: Covalima

Lokál: Suai-Ladi

Oras: 08 às 17hr


Taur Matan Ruak 


Distritu: Manatuto

Lokál: Manatuto Vila

Oras: 9-12 hr


Francisco Guterres "Lu-Olo"


Distritu: Ainaro

Lokál: Campo de Futebol Ainaro

Oras: 14H00
 

Francisco Xavier do Amaral


Distritu: Ermera

Lokál: Atsabe, Letefoho, Hatulia, Railaco, Ermera

Oras: 9-16hr


Rogerio Tiago de Fátima Lobato

Distritu: Aileu

Lokál: Aileu Central

Oras: 10-12hr


Maria do Céu Lopes da Silva 

Distritu: Covalima

Lokál: Campo Casabauc

Oras: 9-12hr


Angelita Maria Francisca Pires
Distritu: Maliana-Covalima-Bobonaro

Lokál: Same Vila

Oras: 8-18hr


Dr. Jose Ramos Horta 

Distritu: Covalima

Lokál: Suai

Oras: 8-15:30hr


Francisco Gomes 

Distritu: Lospalos

Lokál: Livre

Oras: 10:30-18:0hr


Jose Luis Guterres

Distritu: Ermera/ Lauala

Lokál: Campo Futebol Gleno-Talimoro

Oras: 9-17hr 


Abílio de Conceicao Abrantes de Araújo


Distritu: Baucau Vila

Lokál: Kota Baru

Oras: 8:30-18:30hr


Lucas da Costa
Distritu: Lospalos Vila, Mantuto Vila

Lokál: Livre

Oras: 8 às 10hr; 16 ás 18hr


Fernando La Sama de Araújo 

Distritu: Manufahi, Ainaro

Lokál: Welaluhu, Hato-Udo

Oras: 11hr, 16hr


Fonte: www.sapo.tl





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XANANA GUSMÃO - "Estratégias para o Futuro"

>> 20120301



Foto: Helena Espadinha


GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO 

ALOCUÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO KAY RALA XANANA GUSMÃO POR OCASIÃO DO LANÇAMENTO DO LIVRO 
“ESTRATÉGIAS PARA O FUTURO” 

Sydney, Austrália
20 de Fevereiro de 2012


Exma. Sra. Professora Marie Bashir, Governadora de Nova Gales do Sul Exmo. Sr. Major-General (na reforma) Michael Smith Exmo. Sr. David Longfield Excelências Senhoras e Senhores, 


É uma honra para mim estar aqui hoje. Gostaria de começar por agradecer, do fundo do coração, a Sua Excelência a Professora Marie Bashir, Governadora da Nova Gales do Sul, pelo lançamento deste livro. Tive o privilégio de passar algum tempo com a Governadora e fiquei sensibilizado pela sua compaixão, pelo seu grande intelecto e pela sua visão. A Governadora é uma verdadeira amiga de Timor-Leste. Destaco também a presença do Major-General Mike Smith. Conheço o Major-General desde que esteve em Timor-Leste com a INTERFET. O Mike contribuiu muito generosamente com a introdução do livro. Gostaria de lhe agradecer pelas palavras generosas que teve sobre mim, palavras essas que não acredito merecer. O Mike Smith é um militar muito profissional e dono de um enorme coração. Tem demonstrado grande compaixão para o nosso povo desde a sua reforma. Desde que se retirou da vida militar activa, tem trabalhado para melhorar as condições de vida de famílias em Bobonaro, dando um grande exemplo prático de solidariedade. Obrigado, Mike. Gostaria também de agradecer a David Longfield pelas suas palavras gentis e por todo o seu trabalho árduo para publicar este livro. 
Gostaria ainda de agradecer ao meu bom amigo e Secretário de Estado do Conselho de Ministros, Ágio Pereira, pelo seu trabalho dedicado nos bastidores. Foi o Ágio quem tornou a ideia deste livro numa realidade. É um homem de grande inteligência e um ilustre líder na nossa nação. Por fim quero agradecer a todos vós por hoje estarem aqui presentes.


Senhoras e Senhores, 


Embora o meu nome surja na capa, os discursos contidos neste livro pertencem aos meus colegas ministros, aos deputados do nosso Parlamento e em última instância ao povo de Timor-Leste. Nos últimos dez anos, desde que concretizámos o nosso caro sonho de independência, temos enfrentado muitos desafios. Sonhar com a liberdade e a independência é uma coisa, mas quando o sonho se torna realidade é necessário lidar com um conjunto totalmente novo de desafios. Precisámos perceber como tornar realidade o nosso novo sonho para Timor-Leste – o sonho de uma nação forte, com uma cultura de transparência e responsabilização e com processos democráticos que assegurassem uma sociedade tolerante, humana e pacífica. Sabíamos que tínhamos a obrigação de honrar o sacrifício do povo que lutou tanto pela liberdade da nossa nação. Estas pessoas mereciam o nosso empenho para com estes ideais, para que a sua luta e o seu sacrifício não fossem em vão. Todavia em 2006 tropeçámos e caímos. Vimo-nos embrenhados num conflito interno terrível, com tumultos civis disseminados, afectando o próprio tecido da nossa jovem nação. A crise de 2006 fez-nos reflectir a todos – foi como um despertar para a realidade. Estávamos determinados a aprender com a experiência. Tínhamos de garantir que a jovem nação independente de Timor-Leste não se juntava à lista de Estados ‘falhados’ Examinámos os pontos fortes e os pontos fracos do nosso Estado e das nossas instituições com honestidade e com determinação. Tornou-se claro que não éramos frágeis por sermos pobres – éramos frágeis porque as nossas instituições eram fracas. Desse modo, precisámos começar um processo longo e difícil de construção de Estado e de construção de paz. Foi por isto que iniciámos em 2007 um processo de grandes reformas.


Este processo incluiu:


• Reforma das nossas instituições estatais para garantir responsabilização;
• Estabelecimento de instituições independentes para promover e proteger a boa governação;
• Reforma e profissionalização da nossa polícia e das nossas forças armadas;
• Condução de reformas administrativas e revisão do nosso sistema de Gestão das Finanças Públicas.


Estas reformas construíram os alicerces para o futuro do nosso Estado e da nossa nação. Percebemos igualmente que desde 2002 tínhamos dependido demasiado de planos de acção anuais e que precisávamos começar a pensar a longo prazo – sobre a nossa visão para o futuro do nosso país. Foi por isto que viajámos por todo o país, percorrendo todos os 65 sub-distritos em três meses e consultando o povo de Timor-Leste a respeito do seu futuro. O resultado disto foi o Plano Estratégico de Desenvolvimento de 2011 a 2030. O Plano estabelece a nossa visão para as próximas duas décadas, para que possamos retirar o nosso povo da pobreza. Mais importante ainda, o Plano aponta um caminho prático para concretizarmos essa visão. 


Senhoras e Senhores, 


Enquanto nação é também importante pensamos na nossa posição na região e no mundo. Desse modo considerámos os nossos relacionamentos com os nossos vizinhos e o nosso lugar no globo. Pensámos na forma como Timor-Leste, tendo feito a transição difícil para a independência, poderia contribuir para a paz no mundo. A nossa história foi um percurso de desafios e de luta para chegarmos à reconciliação e ao perdão. Conseguimos sair da violência e da fragilidade para chegarmos à paz e à estabilidade. Aprendemos muitas lições que queremos partilhar não só com as nações frágeis como também com aqueles locais no mundo onde a paz é tão esquiva e onde há tanta necessidade de diálogo e de tolerância. Assim, ao mesmo tempo que construímos a nossa nação estamos também a encontrar o nosso lugar na região e no mundo.


Senhoras e Senhores, 


À medida que celebramos o 10.º aniversário da nossa independência podemos avançar para o futuro com confiança e esperança – e podemos fazê-lo em paz. Apelo a todos vós para continuarem connosco enquanto construímos uma nação democrática forte, caracterizada pela boa governação e pela tolerância. 
Muito obrigado.



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Resposta oficial do Governo de Timor-Leste à campanha do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) e da organização Save The Children

>> 20120221

O Governo de Timor-Leste lamentou hoje a campanha do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) e da organização Save The Children, considerando que os dados fornecidos são incorretos e que visam apenas procurar financiamento para projetos. (Sic Notícias)

Para ler a resposta do governo de Timor-Leste, clique em cada imagem:






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Uma achega?

>> 20120220

Why school should speak your language

"People whose mother tongue is different from their country’s official language can find this a barrier to thriving in society. But does that mean children should be educated only in the official language? It’s a complex question. As we found in the 2010 Education for All Global Monitoring Report: Reaching the Marginalized, educating children in their mother tongues can be a powerful way to prevent them from becoming marginalized.
International Mother Language Day on February 21 is a good opportunity to reflect on the connections between education and the world’s linguistic richness. Nearly 7,000 languages are spoken around the world, but many education systems do not reflect this diversity. About 221 million school-age children speak languages at home that are not recognized in schools.
Children who study in their mother tongue usually learn better and faster than children who study in second languages. Pupils who start learning in their home language also perform better in tests taken in their official language of instruction in their later school years.
The complexity of the issue is reflected by the fact that being taught only in one’s mother tongue can also be a route to marginalization. People who cannot speak a country’s dominant language often have restricted opportunities for employment and social mobility.
Furthermore, parents who do not speak the language their children are being taught in may be less able to engage with teachers, education authorities and to help with their children’s homework.
Language, culture and ethnicity are inherently interlinked. As the United Nations’ General Assembly noted in 2009, “genuine multilingualism promotes unity in diversity and international understanding” and is important for “promoting, protecting and preserving diversity of languages and cultures globally”. That is why the UN is committed to preserve “all languages used by peoples of the world”.
At least half of the world’s spoken languages are, however, under threat of extinction within 50 to 100 years, according to the  Hans Rausing Endangered Languages Project, based at SOAS, University of London. About 2,500 languages are listed in UNESCO’s latest Atlas of the World’s Languages in Danger, which is accompanied by an online interactive edition.
Education systems must perform a delicate balancing art. Schools must give their pupils good conditions for effective learning. In many multilingual countries, this involves learning the official language as a subject in primary school, while being taught in one’s home language. It also implies that schools should teach the majority population respect for ethnic minority language and culture. But they must also ensure that children from disadvantaged minority backgrounds learn the skills they need to thrive in society and get a decent job – including mastering the official language.
In Latin America, where most countries aim to give children a chance to learn in their home language before moving on to Spanish, bilingual programmes have registered some significant achievements, but they face major challenges. Many indigenous children do not have access to bilingual education. Where indigenous language teaching is available, it is often of poor quality. And many indigenous groups find that bilingual education is too narrow when it focuses mainly on more effective integration of indigenous children into mainstream education.
Education reforms in Bolivia have addressed some of these problems. In the mid-1990s, intercultural and bilingual education was introduced on a national scale for the three most widely used indigenous languages. Bilingual teaching expanded rapidly, from 75,896 pupils in 1997 to 192,238 in 2002, or 11% of all primary school pupils. Curriculum reforms led to the development of courses and textbooks that attach more weight to the country’s multicultural history and the role of indigenous peoples."

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Morreu João Carrascalão - R.I.P.

>> 20120217



Líder histórico da União Democrática Timorense (UDT), João Carrascalão era actualmente o embaixador de Timor-Leste em Seul (Coreia do Sul).

João Viegas Carrascalão fundou e dirigiu a UDT - primeiro partido a ser criado em Timor-Leste após 1974 e o fim do domínio colonial português.

Era desde 1993 o presidente do Conselho Superior Político, órgão responsável pela direcção política do partido, pela execução da estratégia traçada pelo Congresso e pela fiscalização política das actividades de todos os órgãos da UDT.

Natália Carrascalão estava a caminho de Timor-Leste, quando, numa escala em Singapura, foi “surpreendida com a notícia”.

A embaixadora adiantou à Lusa que João Carrascalão morreu “há umas horas” e que se encontrava bem de saúde, apesar dos conhecidos problemas cardíacos e de diabetes.

“Não tinha nada de muito especial e ainda ontem [quinta-feira] esteve num jantar”, referiu, acrescentando que ainda não tem indicações sobre o funeral do irmão.

Foi candidato às eleições presidenciais de 2007, mas ficou-se pelos 1,72% dos votos, em último lugar, tendo apoiado José Ramos-Horta na segunda volta. Um resultado eleitoral que quase ditou a morte da UDT, que chegou a ser equacionada.

João Carrascalão estudou Topografia em Luanda (Angola) e especializou-se em Cartografia na Suíça. Ainda durante a administração portuguesa, dirigiu o Departamento de Geografia.

Foi responsável pelas Infraestruturas na administração transitória das Nações Unidas em Timor-Leste, que se seguiu ao referendo de 1999.

Como líder da UDT foi responsável pelo Movimento 11 de Agosto de 1975, o golpe da UDT que conduziu à guerra civil no país.

João Carrascalão disse sempre que não se arrependia de nada do que tinha feito na política e considerou que a acção de 1975 visava a unidade nacional, auto-determinação e o afastamento do comunismo como aconteceu em África.

A guerra civil que se seguiu ao Movimento do 11 de Agosto, acabou por facilitar a invasão da Indonésia ao território então português, em 8 de Dezembro de 1975.


O UMALULIK associa-se às mensagens de homenagem ao grande patriota Engº João Carrascalão e de sentidas condolências à família enlutada.

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RIP


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“10 ANOS DEPOIS: O CONTRIBUTO DOS PROGRAMAS SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DO ESTADO SOCIAL EM TIMOR-LESTE”


ALOCUÇÃO
DE SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO DA
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
KAY RALA XANANA GUSMÃO

SESSÃO DE ABERTURA DA CONFERÊNCIA “10 ANOS DEPOIS: O CONTRIBUTO DOS PROGRAMAS SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DO ESTADO SOCIAL EM TIMOR-LESTE”


Excelências
Caros Convidados
Senhoras e Senhores,

Em primeiro lugar, não posso deixar de congratular a Senhora Ministra da Solidariedade Social, e a sua equipa, pela excelente iniciativa de organizarem uma Conferência sobre o contributo dos programas sociais na construção de um Estado Social, um tema que é de toda a importância para Timor-Leste.

Foi há relativamente pouco tempo que conquistámos a nossa Soberania e Independência Nacional. Foi há apenas doze anos que encerrámos um período trágico da nossa história, durante o qual se perderam muitas vidas e que, de uma forma geral, deixou marcas profundas na nossa sociedade.

O período de guerra que atravessámos no passado recente, apesar de ter afirmado a dignidade e o espírito dos timorenses, deixou muitas viúvas, órfãos, deficientes e, também, veteranos e idosos que consagraram a sua vida à causa da libertação nacional, que, hoje, são pobres, porque nunca tiveram a oportunidade de lutar por uma vida melhor, para eles próprios e para as suas famílias.

É exactamente por esta razão que Timor-Leste nunca, em circunstância alguma, poderia formar um Estado que não fosse um Estado Social!


Senhoras e senhores,

Nesta última década, apesar desta carga tão pesada que herdámos, e de termos arrancado sem infra estruturas básicas, sem capital humano qualificado, sem recursos financeiros próprios, sem instituições democráticas e, digo mesmo, sem qualquer tipo de memória institucional, conseguimos construir um
Estado Democrático e consolidar a Nação Timorense!

Em apenas dez anos temos motivos para nos orgulhar dos progressos consideráveis que alcançámos em várias frentes – politicamente, socialmente, economicamente e diplomaticamente. Apesar de alguns retrocessos e falhas graves, durante este período de construção do Estado nunca rejeitámos um
desafio, nunca desistimos de tentar fazer melhor e temos, pouco a pouco, de forma resiliente, vindo a aprender e a crescer enquanto Nação.

Aprendemos com o nosso Povo que os momentos difíceis têm que ser ultrapassados com coesão, envolvendo todos – o Estado, a Igreja, as ONGs, o sector privado e a Sociedade Civil no seu todo. A essência da construção de um Estado Social em Timor-Leste passa, necessariamente, por uma forte
componente de participação democrática para encontrar soluções para a inclusão social e para a protecção dos mais vulneráveis.

Na prossecução da missão de desenvolvimento nacional, o Governo encara as políticas de protecção social como uma prioridade.

À medida que temos vindo a crescer economicamente, e também graças à nossa reserva de recursos naturais, temos que distribuir a nossa riqueza por aqueles que mais necessitam.

Trata-se de dar dignidade àqueles que nos deram a liberdade.
Trata-se de proteger as famílias timorenses que ainda vivem no limiar da pobreza.
Trata-se de dar resposta a situações de emergência humanitária, já também temos que enfrentar os efeitos da mudança climática global ou, como infelizmente aconteceu em 2006, porque saídos de uma situação pós-conflito, teve-se que adoptar uma política de recuperação em grande escala.

Os programas de protecção social implementados pelo Ministério da Solidariedade Social têm sido fundamentais para alcançar estes objectivos.

Os programas sociais têm, nesta fase ainda inicial de construção do País, aliviado a pobreza extrema de um sector fraco da nossa população e protegido os mais vulneráveis. Têm também, ainda que de forma muito modesta, contribuído para dinamizar a economia, já que ao apoiar as redes familiares, estamos a criar oportunidades de empreendedorismo que têm levado à abertura de pequenos negócios por todo o País.


Excelências
Senhoras e senhores,

Para construirmos um verdadeiro Estado Social, temos que reforçar ainda mais as políticas do Governo dirigidas aos mais pobres. Não só através da continuação de apoio social aos grupos mais vulneráveis, de onde destaco os idosos, mulheres, crianças em risco e os incapacitados, mas também através da
construção de uma base sólida de Protecção Social, ajustada à nossa realidade demográfica, económica e administrativa, jurídica, social e cultural.

Para que isto aconteça estamos a desenvolver uma base legal adequada e mecanismos eficientes, em que se exige responsabilidade aos cidadãos timorenses mas também se oferecem diferentes opções. Neste aspecto, não podemos deixar de ponderar o factor da sustentabilidade do sistema, pois temos que nos precaver dos impactos a médio e longo prazo.

Entendemos que construir um Estado Social, um Estado solidário que valoriza a cidadania, não é transformar a nossa sociedade em duas classes: a dos pedintes e a dos contribuintes!

O Estado Social não é um Estado que faz caridade mas antes um Estado que intervém na sociedade, desenvolvendo sistemas de protecção social para garantir a protecção individual, ao mesmo tempo que cria as condições necessárias para que os mais pobres sejam os agentes de estratégias de dignidade para a saída da pobreza.

Para tal é premente uma profunda avaliação conjunta das possíveis soluções para as desigualdades sociais e o envolvimento directo das pessoas carenciadas na procura da saída da pobreza, envolvendo-as nas escolhas dos caminhos a fazer em direcção à prosperidade, numa atitude participativa e responsável da vivência em sociedade.

A participação e a contribuição de todos contra a tragédia da pobreza são os fundamentos de uma cultura democrática. Só com uma atitude colectiva de responsabilização e sentido de cidadania, conseguiremos desenvolver o País em termos económicos, sociais e humanos.

Os princípios gerais que Timor-Leste pretende seguir são básicos e penso que universais:

• Acesso por parte de todos os cidadãos à protecção social;
• Princípio da igualdade e da não-discriminação;
• Princípio da equidade, para um tratamento igual em situações iguais e um tratamento diferenciado em   situações desiguais;
• Princípio de complementaridade, nas políticas desenvolvidas pelo Estado e nas acções desenvolvidas em parceria com a Sociedade
Civil;
• E, finalmente, a inserção social, combatendo as causas da marginalização e da exclusão social e promovendo a capacidade das próprias pessoas para se integrarem numa vida social activa.

Temos, na sequência deste último ponto, que começar também a dar mais atenção aos nossos jovens que, fruto de um legado de violência e desconfiança, podem não ter assimilado os genuínos valores de cidadania. Além disso, encontrando na sua vida quase adulta as adversidades do desemprego e da desocupação, podem, facilmente, entrar em situação de risco.

É neste sentido que digo que a construção de um Estado Social é um tema bastante complexo, sendo que as políticas sociais têm que estar estrategicamente integradas a outras políticas sectoriais de desenvolvimento.


Excelências
Senhoras e senhores,

Espero que no decorrer desta Conferência surjam soluções viáveis para a construção de um Estado Social. Apelo para uma reflexão conjunta sobre as formas mais adequadas para o fazer, para melhor avaliar, para aplicar as lições aprendidas e não repetir eventuais erros cometidos, para reforçar os programas
implementados e, mesmo, para esboçar novos programas.

No Plano Estratégico de Desenvolvimento 2011-2030, traçámos algumas estratégias e acções para o futuro, reconhecendo que a: “A verdadeira riqueza de qualquer Nação é a força do seu povo. A maximização da saúde, educação e qualidade de vida gerais do povo timorense são essenciais para se conseguir uma Nação justa e desenvolvida”. Esta é, para mim, a definição de um Estado Social, esta é a visão que tenho e, acredito todos vós tendes, para Timor-Leste.

Este compromisso coloca muitos desafios financeiros, sociais e culturais, mas todos sabemos que um dos aspectos de uma Nação forte, coesa e progressiva, é a capacidade de proteger os direitos e os interesses dos seus cidadãos mais vulneráveis.

Para terminar, senhoras e senhores, não posso deixar de agradecer àqueles que vieram de longe para participar nesta conferência e dar os seus contributos para o desenvolvimento de um Sistema de Protecção Social justo e adequado à nossa sociedade.

Em matéria de solidariedade internacional, temos tido a sorte de poder contar sempre com a ajuda desinteressada de vários países e cidadãos de todo o mundo. Enquanto recipientes de doação internacional, nestes últimos dez anos, temos ainda maior obrigação de aplicar em Timor-Leste sistemas verdadeiramente eficazes de protecção social e ajuda ao desenvolvimento individual dos cidadãos timorenses.

Se falharmos em termos de atribuir melhores condições de vida a Todos os timorenses, falhámos no nosso ideal de Independência.

Muito obrigado.

Kay Rala Xanana Gusmão
16 de Fevereiro de 2012


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