Galaxy em Coimbra | JN

>> 20100807


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Foto Margarida Az | DR
A juventude deTimor está em movimento. É esta a principal mensagem dos Galaxy, uma banda timorense que surpreendeu o público português com sonoridades reggae e rock, com temas cantados em tétum e fataluku. Em Coimbra, fizeram uma grande festa.

“As coisas estão a mudar em Timor-Leste. Somos um país novo, livre e a nossa juventude quer viver essa liberdade”, comentou ao JN o vocalista dos Galaxy, uma banda timorense que se estreou em Portugal no Festival Músicas do Mundo, em Sines. Anteontem, actuaram em Coimbra e, ontem, no Porto. No próximo dia 11 apresentam-se em Lisboa, no Clube Ferroviário.

Em Coimbra,o concerto dos Galaxy foi especial, pois na cidade universitária reside a maior comunidade de estudantes timorenses em Portugal. E foram muitos os que se juntaram aos portugueses para uma noite de festa no Salão Brazil. Para um espectáculo que surpreendeu pela dinâmica e qualidade dos músicos. Com temas originais, alternando sonoridades de reggae com rock, por vezes pesado, com guitarras a debitarem “riffs” próximos do “hard rock”. E o mais surpreendente: tudo cantado em tétum e fataluku, duas da línguas mais faladas em Timor-Leste. Canções que se estão a tornar hinos para a juventude timorense. Em Coimbra, os jovens timorenses acompanharam em coro muitos refrões dos temas da banda.

Apesar do português ser a língua oficial do país, poucos jovens falam o nosso idioma, o que “é um obstáculo para eles, pois sem falarem português não conseguem arranjar trabalho”, disse ao JN Melchior Fernandes, cantor dos Galaxy.

“As nossas canções reflectem os problemas dos jovens timorenses, as suas ansiedades, mas também a sua rebeldia, que cresceu durante a ocupação indonésia”, comentou o vocalista.

“Gostamos de provocar, para que as pessoas pensem sobre as questões”, disse numa conversa em inglês pois, como grande parte dos jovens timorenses, os Galaxy também não falam português.

Com dois discos editados,o grupo desenvolve ainda outros projectos de dinamização cultural, fazendo parte da “Arte Moris”, uma escola de arte em Díli. Melchior acredita que o futuro pode ser “bom, pacífico”, num país em crescimento. Em crescimento está também claramente a reputação artística desta surpreendente banda de Timor Lorosae.

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Os 3 anos do IV Governo Constitucional de Timor-Leste

>> 20100806



REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE

DISCURSO DE
SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO
KAY RALA XANANA GUSMÃO

POR OCASIÃO DO 3º ANIVERSÁRIO DO
IV GOVERNO CONTITUCIONAL

Salão Nobre do Palácio Lahane
6 de Agosto de 2010




Sua Excelência Senhor Presidente da República
Sua Excelência Senhor Vice-Presidente do Parlamento Nacional
Sua Excelência Senhora Vice-Presidente do Parlamento Nacional
Sua Excelência Senhor Presidente do Tribunal de Recurso
Suas Excelências, Reverendíssimos Bispos das Dioceses de Díli e de Baucau
Distintos Deputados
Distintos Membros do Governo
Exmos. Senhores Directores-gerais
Exmos. Presidentes dos Organismos Autónomos
Exmo. Senhor Chefe do Estado-Maior General das F-FDTL
Exmo. Senhor Comandante da PNTL
Exmos. Membros das Forças de Defesa e de Segurança
Exmo. Senhor Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas
Exmos. Membros do Corpo Diplomático e Representantes das Agências Internacionais
Exmos. Senhores Representantes da Sociedade Civil: ONG’s, Imprensa e Sector Privado

Senhoras e Senhores
Povo de Timor-Leste,



Antes de tudo, eu gostaria de agradecer a Vossa Excelência, Senhor Presidente da República, a sua gentileza em nos conceder o seu tempo e o seu espaço para esta simples cerimónia.

Em segundo lugar, quero manifestar o meu grande apreço a todos quantos se dignaram a estar presentes aqui, o que revela o sentido de responsabilidade colectiva que nos guia na prossecução dos interesses superiores do nosso Povo.

Esta cerimónia não é de celebração, mas servirá de reflexão sobre os três anos de governação do IV Governo Constitucional e, diga-se de passagem, num ambiente de crescente estabilidade nacional e de manifesta confiança e maturidade democráticas. Este factor tão importante, e fundamental ao nosso País só foi alcançado graças a intervenções tanto do Presidente da República como de todos os Órgãos de Soberania, frisando-se também o papel dos partidos políticos, assim como da Igreja e da Sociedade Civil em geral e, em última instância, do nosso Povo.

O Governo da AMP assumiu, há três anos, o compromisso de executar um projecto político reformador, que garantisse ao País e, sobretudo, às futuras gerações, um panorama promissor de desenvolvimento social e económico.

É, neste sentido, que nos reunimos aqui hoje para, em jeito de balanço, avaliarmos se temos respondido positivamente ou não à vontade política, expressa, de mudança.

Excelências

Senhoras e senhores,

A fusão de quatro projectos políticos num só Programa de Governo (que em 2008 veio a ser ainda reforçado pela Undertim) teve como prioridade fundamental sistematizar reformas estruturantes em sectores fundamentais para o próprio processo de construção do Estado e de desenvolvimento do País, e que são:

• a reforma do Sector da Defesa e Segurança por forma a garantir a estabilidade nacional;

• a reforma da Gestão do Estado com vista à boa governação;

• a reforma do Sistema de Justiça Social assegurando a assistência social aos grupos mais vulneráveis e o reconhecimento do Heróis da Libertação Nacional;

• a reforma das Infra-estruturas básicas para possibilitar o arranque do crescimento económico; e

• a reforma do Sector Privado com o intuito de promover parcerias estratégicas com o Governo na direcção ao desenvolvimento sustentável.

A equipa governamental constituída na altura, com uma percentagem significativa de profissionais independentes, teve como objectivo principal nas primeiras fases do seu mandato: recuperar a confiança do Povo nas Instituições do Estado, como passo sine qua non para o processo de devolução gradual do poder de decisão a esse mesmo Povo.

Não obstante as críticas, por vezes injustas mas, por vezes, também necessárias, devo dizer que os homens e as mulheres, deste Executivo, souberam actuar com empenho e dedicação, tendo sido incansáveis na busca de soluções para os desafios que se apresentavam. Não fizeram tudo, mas deram o melhor de si mesmos e cumpriram!

É também com convicção que posso afirmar que, sem a contribuição de uma Oposição forte e sem a participação de uma Sociedade Civil cada vez mais esclarecida, como acontece no nosso País, não teríamos dado o salto que demos em direcção à nossa afirmação como um Estado soberano e de sucesso, onde imperam os valores de transparência e de boa governação.

Após três anos de continuado esforço e empenho, quer por parte das Instituições do Estado quer pelos principais actores da Sociedade Civil, TODOS temos vindo a retirar Timor-Leste do cenário onde se encontram os países em constante conflito e de miséria generalizada, e temos vindo a alcançar progressos significativos, já reconhecidos a nível internacional.


Excelências

Senhoras e Senhores,

Cumpre-me inevitavelmente relembrar a todos, nesta fase que é de balanço, algumas das metas alcançadas durante os três anos de mandato deste Governo.

Em primeiro lugar,
Garantimos a estabilidade política e social, pela resolução consequente de problemas de segurança nacional e pela introdução de uma reforma profunda no sector de defesa e da segurança.

Em 2007 e 2008, e em cumprimento rigoroso do Programa do Governo, demos prioridade absoluta ao sector de segurança e da defesa, já que a segurança e o desenvolvimento económico estão interligados, porque só com paz, tranquilidade e confiança no seio das populações, podem existir condições para desenvolver as actividades necessárias ao crescimento económico, social e político do país.

Não posso deixar de dirigir uma palavra de profundo apreço às F-FDTL e à PNTL que, através da criação do Comando Conjunto de Operações, actuaram de forma notável e extremamente articulada e em permanente diálogo com o Povo, conseguindo impôr a solução mais adequada à nossa realidade.

Tendo resolvido os complexos problemas iniciais, o esforço continuou na consolidação do espírito de cooperação e solidariedade institucionais, e isto que permitiu que as duas instituições nacionais, de defesa e de segurança, recuperassem a confiança da população e também recuperassem a imagem de Timor-Leste perante a comunidade internacional.

Em segundo lugar,

Iniciámos o ano de 2008, como o ano de reforma da Gestão do Estado. Assim, promovemos reformas legislativas, reformas administrativas e de gestao financeira, de procedimentos, de sistemas e processos e reformas nos mecanismos de governação.

Sendo a Função Pública uma componente fundamental da economia formal e condutora do crescimento económico, demos prioridade à capacidade técnica e competência administrativa ou, por outra palavras, à produtividade, profissionalismo, integridade e eficiência na Administração Pública.

A criação da Comissão da Função Pública foi o expoente máximo deste objectivo, que tem em vista incutir uma cultura de profissionalismo, uma cultura de promoção por mérito e, consequantemente, melhores serviços prestados às comunidades.

O percurso é ainda longo, mas temos confiança de que estamos no bom caminho. E aproveito também a oportunidade de expressar o reconhecimento do IV Governo Constitucional a todos os funcionários públicos, em especial aos directores-gerais e aos directores nacionais e regionais. Sem o vosso esforço, não teríamos chegado também ao que chegámos.

A Comissão Anti-Corrupção, já estabelecida e ainda em fase de capacitação, terá um papel fundamental na melhoria da boa governação, que é um capital estratégico para a mobilização correcta dos recursos nacionais em prol do crescimento económico.

Ainda no ãmbito das reformas da administração pública, demos especial atenção ao Ministério das Finanças, que têm vindo a melhorar significativamente os seus sistemas e procedimentos, assim como a efectuar uma maior descentralização e respectiva responsabilização nas áreas do orçamento, aprovisionamento e tesouro, para as linhas ministeriais, resultando entre outras coisas num significativo aumento das taxas de execução orçamental.

Em terceiro lugar,

Iniciámos o processo de pagamento de pensões e subsídios aos nossos Veteranos e Heróis Nacionais, aos nossos idosos, às nossas viúvas, aos nossos órfãos e a outros grupos vulneráveis da noss sociedade.

Ao reconhecermos o papel fundamental dos nossos veteranos na construção da Nação ou a beneficiar os nossos idosos e grupos vulneráveis, estamos também a investir no nosso capital humano, permitindo o acesso à saúde, educação e bem-estar de muitas famílias. Estamos ainda a contribuir, muitas das vezes, para a criação de pequenos negócios e assim aliviar a pobreza.

Em quarto lugar,

Lançámos ainda um plano ambicioso de planeamento e levantamento de necessidades relativamente às infra-estruturas básicas, fundamentais para a provisão de serviços de educação e saúde, desenvolvimento agrícola e industrial e criação de emprego.

Ainda neste sector iniciámos um projecto arrojado de produção e distribuição de electricidade e energia para assegurar o fornecimento de electricidade a todo o País.

Em quinto lugar,

A par da remoção do primeiro dos obstáculos ao desenvolvimento do sector privado, ou seja, ao garantir a segurança e a estabilidade no País, aumentando a confiança deste para investir, iniciámos o diálogo franco com os empresários nacionais, auscultando as suas necessidades e dificuldades e apoiámos o estabelecimento da Câmara de Comércio e Indústria para maior capacitação deste sector.

Estamos a acompanhar também iniciativas de estabelecimento de consórcios que permitirão uma maior capacidade às empresas.

Lançámos ainda o programa Pacote de Referendo, uma medida totalmente inovadora que permitiu, entre outras coisas, conhecer melhor e avaliar o nosso empresariado local, desenvolvendo este sector sobretudo nas áreas rurais, iniciativa que terá continuidade no Pacote de Desenvolvimento Descentralizado.

Esta iniciativa faz parte de um processo gradual de capacitação de empresas e das próprias comunidades locais, que terão um papel vital a desempenhar no controle social da implementação dos projectos, garantindo a prestação de serviços mais profissionais e de cada vez mais qualidade.

Pretende igualmente fomentar a criação de emprego, desenvolver a economia e melhorar as infra-estruturas básicas, aumentando a responsabilização social e a participação alargada de forma descentralizada, impulsionando o desenvolvimento rural.

O emprego não se cria por decreto e é a criação de emprego que permitirá reduzir a pobreza no nosso País, daí que os investimentos que estamos a fazer são fundamentais para a criação de emprego.

Excelências
Senhoras e Senhores,

Durante os três anos de mandato deste Governo aumentámos o investimento público o qual permitiu: o crescimento nas nossas vilas e nos nossos distritos; a criação de novos empregos e a melhoria da produtividade agrícola; o crescimento da nossa indústria do turismo; a construção de casas, estradas, escolas e clínicas de saúde; a abertura de lojas e pequenos negócios; e o aumento do poder de compra dos timorenses.

E foi considerando este investimento público que em 2008, apesar da grave crise financeira que afectou o mundo inteiro, Timor-Leste conseguiu ficar classificado como tendo a segunda economia com maior crescimento em todo o mundo, atrás apenas do Qatar,

com uma taxa de crescimento de 12.8%, continuando a registar também em 2009 uma taxa de crescimento de dois dígitos.

Enquanto Primeiro-Ministro do IV Governo Constitucional gostaria de dar aqui a minha palavra de honra que o Governo não vai descansar sobre os sucessos alcançados.

Antes pelo contrário, sentimo-nos encorajados em fazer mais e melhor, conscientes que estes dois anos que restam para completar o nosso mandato serão de grande esforço face ao desafio de concretizar os nossos compromissos consubstanciado no Programa do Governo.

Ao percorrer o País da ponta leste à ponta oeste, reflicto constantemente sobre aquilo que Timor-Leste quer ser num futuro de 20 anos.

Acredito que é um País virado para a indústria dos hidrocarbonetos, apoiado por outras pequenas indústrias. Um País com uma expansão urbana, bem distribuída pelo território, e com uma urbanização rural que permita que as populações vivam em comunidades, onde a prestação de serviços básicos chegue a todos os cidadãos.

O Plano de Desenvolvimento Estratégico será fundamental para concretizar este novo paradigma da produção, das capacidades produtivas e oportunidades de emprego produtivo,

através:

- da modernização da agricultura

- do incremento da indústria

- da prestação dos serviços sociais

- do desenvolvimento do capital humano


Senhoras e Senhores,

Cabe-vos a vós e ao Povo de Timor-Leste reflectir se os programas implementados servem as necessidades da Nação. Cabe-nos a nós, Governo, corrigir aquilo que poderia estar melhor e continuar abnegadamente a servir o Povo de forma arrojada e ambiciosa.

Quando se trata de servir o nosso amado Povo timorense e em semear a esperança de um futuro melhor para as nossas crianças, só podemos ser ambiciosos, só podemos aspirar grandes realizações.


Muito obrigado!


Kay Rala Xanana Gusmão
6 de Agosto de 2010

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1º ENCONTRO SOBRE AS LÍNGUAS DE TIMOR-LESTE

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE


ALOCUÇÃO DE
SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO
KAY RALA XANANA GUSMÃO POR OCASIÃO DO PRIMEIRO ENCONTRO
SOBRE AS LÍNGUAS DE TIMOR-LESTE

Ministério dos Negócios Estrangeiros, Díli
5 de Agosto de 2010


Sua Excelência o Reitor da UNTL, Professor Doutor Benjamim Corte-Real

Exma. Senhora Presidente da Comissão Nacional da UNESCO em Timor-Leste, Presidente da Comissão Nacional de Educação e Chefe da Comissão Organizadora do Encontro, Sra. Kirsty Sword Gusmão

Exmo. Senhor Secretário de Estado da Cultura, Dr. Virgílio Smith

Membros da Comissão Organizadora do Encontro

Ilustres Convidados

Distintos Participantes

Senhoras e Senhores,

É com grande prazer que participo neste Primeiro Encontro sobre as Línguas de Timor-Leste, tendo-me sido concedida a honra de encetar este tão útil debate de ideias em torno do papel social, cultural e educativo que as Línguas de Timor-Leste, incluindo o Tétum, assumem na dinâmica da construção e do reforço da identidade e unidade nacionais.

E é pois, com enorme satisfação pessoal, que vejo que foram altamente produtivas as sinergias entre as partes envolvidas na organização deste encontro, dando assim voz, a um debate há muito aguardado pela sua necessidade e actualidade.

A todos aqueles que participaram na organização deste evento, nomeadamente a Comissão Nacional da UNESCO em Timor-Leste, o Instituto Nacional Linguístico, o Centro Cultural Timor Lorosa’e Nippon e a Secretaria de Estado da Cultura, os meus mais sinceros parabéns!

Aproveito igualmente o ensejo para congratular Sua Excelência o Presidente da República, o Exmo. Senhor Ministro da Educação e a Exma. Senhora Embaixadora da Boa Vontade para a Educação pela criação e lançamento do original “Concurso de escrita nas línguas de Timor-Leste”, com o nobre propósito de promover a produção literária nas línguas nacionais valorizando-se, desta feita, a nossa diversidade etnolinguística. Apelo portanto, à participação activa das comunidades nesta pioneira iniciativa, dando assim, viva expressão à nossa herança cultural.

Senhoras e Senhores,

Timor-Leste é uma jovem Nação ainda em processo de construção, onde muito ainda está por fazer sobretudo nos ditos sectores chave. De tal modo, que os objectivos deste Encontro reflectem claramente os propósitos e os desafios da nossa nação em matéria de educação, sendo que estou seguro de que o debate de ideias e partilha de experiências que daí advenha, se constituirá num passo significativo no desenvolvimento do sistema educativo e cultural do nosso País.

Senhoras e Senhores,

Em Timor-Leste existem “Muitas Línguas, Um só povo!”

Em Tétum diz-se “Dalen Oi-Oin, Povu Ida Deit!”

Em Mambae diz-se “Gase ahe ahe, atu gal id!”

Em Kemak diz-se “Dale abe abe, atamasa sia!”

Em Fataluku diz-se “Luku-lukun ze zene, marlauana ukani!”

Em Baikenu diz-se “Lasi huma huma, tob mése!”

Em Makasae diz-se “Sobu bau-baun, anu unai!”

As cerca de, pelo menos, 16 línguas coexistentes em Timor-Leste traduzem claramente a enorme complexidade do ambiente linguístico que se vive no nosso País, constituindo-se, desde logo, como parte integrante e fundamental da nossa herança cultural.

Cada uma destas línguas nacionais corresponde às necessidades quotidianas de comunicação dos seus falantes, sendo através destas, que a realidade é primeiramente entendida, conceptualizada e descrita.

É precisamente à luz desta diversidade etnolinguística, e no sentido de promover uma educação mais inclusiva e acautelar a discriminação dos seus falantes, que a própria Constituição de Timor-Leste estabelece que as Línguas nacionais, incluindo o Tétum, sejam valorizadas e desenvolvidas pelo Estado, sendo, ao mesmo tempo, objecto de protecção internacional por parte de organizações como a UNESCO.

A língua é inegavelmente um dos alicerces fundamentais para o progresso de qualquer nação.

E o Tétum, enquanto a língua mais falada no território, tem-se constituído ao longo da nossa história como um dos mais importantes factores de coesão nacional, tendo gradualmente vindo a ser desenvolvida, de forma a suprir todas as necessidades formais e informais de comunicação.

Aproveito pois, a ocasião para enaltecer os mais diversos contributos dos linguistas nacionais e internacionais (alguns dos quais estão hoje aqui presentes), no desenvolvimento do tétum e na sua veiculação, a par do português, como língua de ensino por excelência.

A tónica hoje recai sobre a actual utilidade em promover um mais amplo conhecimento público em torno do papel das línguas de Timor-Leste, simultaneamente nas suas facetas social, cultural e educativa, dando assim azo, a que as mesmas venham a ser convenientemente utilizadas no processo de fortalecimento da unidade e coesão nacionais.

Se, por um lado, é imperativo a salvaguarda e valorização das línguas de Timor-Leste, enquanto traço singular do nosso património cultural, por outro lado, é também relevante apurar de que forma estas poderão vir a ser utilizadas no desenvolvimento intelectual das nossas crianças e dos nossos jovens... Em prol de uma educação ao alcance de todas as meninas e meninos timorenses!

Estes dois dias são de reflexão, de discussão e de debate de ideias, sendo com enorme orgulho que contemplo, aqui reunido em torno da diversidade linguística timorense, um tão eloquente painel de individualidades.

E estou certo, que os contributos dos Especialistas da linguística, da educação, da cultura, incluindo os representantes de diversos grupos linguísticos, aqui presentes, farão deste pioneiro encontro um verdadeiro êxito!

Muito obrigado!

Kay Rala Xanana Gusmão

5 de Agosto de 2010

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As impressões fugidias de uma estrangeira a 5 minutos da 'ida'

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O sub Agrupamento BRAVO!


Grande abraço aqui de Coimbra! : )))

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Línguas maternas poderão ser adoptadas no 1.º ciclo

>> 20100805

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O combate ao insucesso escolar pelo ensino através das línguas maternas foi tema em debate hoje no encontro «muitas Línguas, um só povo, que durante dois dias reúne em Díli falantes das 16 línguas nacionais.

A matéria é controversa e ainda não há decisões tomadas pelas autoridades de Timor-Leste, mas já existe no Ministério da Educação um grupo de trabalho sobre a possibilidade dos quatro primeiros anos de escolaridade serem ministrados numa das línguas maternas, a par de uma das duas línguas nacionais: o português e o tétum.

O objetivo do encontro é mais lato: promover a consciência pública e o debate sobre o papel social, cultural e educativo das línguas de Timor-Leste, incluindo o Tétum, mas Kirsty Gusmão, da comissão organizadora, não esconde que o ensino tem um papel central na discussão.

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Leituras aconselhadas:


Imagens: Margarida Az | 28 April, 2010 @ Language in Education Working Group Launch

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Economia de Timor-Leste em alta! : )

>> 20100803

O Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) fez a revisão em alta do crescimento da economia de Timor-Leste em 2010, em contraste com as restantes economias do Pacífico, que deverão ter um desempenho modesto.

De acordo com os resultados da revisão económica trianual do ADB a 14 nações do Pacífico, cujo relatório foi agora divulgado em Manila, Timor-Leste regista um crescimento económico mais forte do que o esperado, impulsionado pelo aumento contínuo da despesa pública e pela melhoria da produção agrícola.

Excepções feitas a Timor-Leste (12,2 por cento nas últimas estimativas) e à Papua Nova Guiné, o BAD mantém inalterada a modesta projecção de crescimento de 0,5 por cento das economias insulares do Pacífico, em 2010, embora preveja uma ligeira melhoria para 2011, na ordem de 1,3 por cento.

No caso de Timor-Leste, o crescimento é atribuído ao aumento continuado das despesas públicas, nomeadamente através de transferências de cariz social, e à melhoria da produção agrícola, fruto da importação e distribuição de tractores e de melhores práticas.

Quanto à Papua Nova Guiné, os 5,5 por cento de crescimento previstos para 2010 e 7,7 por cento para 2011 não constituem surpresa e devem-se à construção do projecto de uma unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito, infraestrutura semelhante à que Timor-Leste também pretende vir a ter, através de um gasoduto ligado ao campo Greater Sunrise.

O BAD salienta no seu relatório que os atrasos na fase de construção condicionam as previsões para 2011, que poderiam ainda ser mais optimistas.

A valorização superior ao esperado de produtos de exploração madeireira, cacau, peixe e óleo de palma levam também aquela entidade a corrigir de 2 por cento para 3,5 por cento o crescimento económico das Ilhas Salomão, em 2010.

A quebra generalizada das receitas do turismo e atrasos na implementação de programas de investimento público são factores que deverão afectar as performances das Ilhas Cook, Kiribati, Nauru, Tonga e Vanuatu.

Salvam-se as Ilhas Fiji, que aparentemente conseguem manter-se como destino turístico em crescimento.

O relatório trianual do BAD lança um sério aviso quanto às tendências inflacionárias na região, marcadas pela vulnerabilidade à flutuação dos preços dos produtos petrolíferos.

Devido à crise pós-aumento dos preços mundiais do petróleo, a inflação deverá atingir 5,9 por cento, na região do Pacífico, em que o factor de insularidade encarece o preço dos combustíveis.

"O combustível e os preços dos serviços são muito altos na maioria dos países do Pacífico. Este é um problema que pode ser resolvido através de políticas que aumentem as pressões competitivas e promovam a eficiência ", conclui Robert Wihtol, director geral do Departamento do Pacífico do ADB.

Fonte: Notícias Lusófonas | 03 Aug 2010 | Economia é a que mais cresce na região, diz o Banco Asiático de Desenvolvimento | URL: http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=27685&catogory=Timor%20Lorosae

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